Um dos mais importantes nomes da luta dos trabalhadores brasileiros por melhores condições de vida no campo e na cidade completaria 92 anos na quarta-feira, 30 de setembro.
Nascido em 1928, em Santa Maria da Vitória (BA), o jornalista e escritor Clodomir Santos de Morais foi um dos principais líderes das Ligas Camponesas no Brasil, chegando a se eleger deputado estadual.
Publicou mais de 20 livros, quase todos durante o período de exílio, após ser preso pela ditadura militar de 1964 e ter seus direitos políticos cassados. O educador Paulo Freire foi um de seus companheiros no cárcere.
Clodomir foi conselheiro regional da Organização das Nações Unidas (ONU) para a América Latina em assuntos da reforma agrária e desenvolvimento rural e ajudou a formular projetos de reforma agrária em vários países.
Também foi conselheiro regional da América Latina para a Organização e Capacitação Camponesa para Reforma Agrária. Clodomir faleceu em 25 de março de 2016, mas até o final da vida lutou em defesa da reforma agrária.
Neste momento em que nosso País enfrenta, mais uma vez na sua história, um governo autoritário, que ataca os direitos dos trabalhadores, exaltar a memória de Clodomir de Morais é a esperança de que poderemos vencer mais esta batalha.
E nos solidarizamos com sua filha, a cantora e artista Indiana Nomma, que se manifestou durante a semana para dizer que Clodomir “foi um pai maravilhoso, mesmo durante a ausência forçada pela prisão”.
“Ele tinha um olhar amplo, que ia além do grupo onde estava. Meu pai se dedicava às questões humanas de forma natural”, recorda-se Indiana.
A nós, que hoje militamos no movimento sindical, nos resta seguir o exemplo de Clodomir de Morais:
Desistir, jamais!
(*) Presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília