Paulo Miranda (*)
No sistema econômico atual, onde o rico fica cada vez fica mais rico e o pobre cada vez mais pobre, o mundo ganhou 46 mil super-ricos e o Brasil passou a contar com 266 mil milionários em 2021, em plena pandemia.
Segundo relatório do Credit Suisse, o Brasil ocupa a 18ª posição entre os 20 países com maior número de super-ricos do mundo, à frente de Singapura e Holanda.
Contra esta cruel concentração de riqueza e distribuição de miséria, lutam os Sindicatos dos Professores e dos Bancários do Distrito Federal, que coordenam na cidade a Campanha “Tributar os Super-Ricos”.
Na minha opinião, esta é, no momento, a campanha mais importante do País e do mundo, juntamente com a luta do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra pela reforma agrária.
A divisão da riqueza e da terra são irmãs siamesas, inseparáveis. Por isso são malditas no país dos ignorantes, cuja porcentagem de 44% aponta o comunismo como o problema principal da Nação.
Todos sabemos que o Brasil é um país injusto e desigual, mas o que a maioria não sabe é que os super-ricos pagam, proporcionalmente, muito menos impostos do que os mais pobres.
Sabemos, também, que o Banco Central, presidido pelo bolsonarista Campos Neto, indicado pelo ex-presidente genocida, subiu a taxa básica de juros subiu de 2,5% para 13,75%, mantida pelo Copom na semana passada. E todos sabemos que 1% dessa criminosa taxa despeja um rombo de R$ 235 bilhões para o Tesouro Nacional pagar. E todos pagamos.
Concentração da riqueza
Após esta breve introdução aponto que o buraco é bem mais embaixo. A concentração de renda é um fenômeno em que a maior parte da riqueza ou da renda de um país ou região está concentrada nas mãos de uma pequena parcela da população, enquanto a maioria vive com menos recursos financeiros.
Esse fenômeno está intimamente relacionado às desigualdades sociais, que podem se manifestar de diversas formas, tais como: acesso limitado à educação, à saúde, à moradia, ao emprego e a oportunidades econômicas.
E com o BC sequestrado pelo sistema, o governo Lula 3 nada pode fazer. Campos Neto tem mandato até dezembro de 2024. Até lá, com certeza, o herói do cassino do mundo já terá ferrado o Brasil muito mais do que a farsa da Lava Jato do Moro.
Conluio da mídia, sistema financeiro e indústria bélica
Aponto outra séria ameaça ao sucesso do governo Lula 3: o monopólio da informação e suas consequências. Esse monopólio no mundo pode ter consequências graves para a sociedade, limitando o acesso à informação e ao conhecimento, e influenciando a opinião pública de maneira distorcida.
Quando apenas algumas empresas ou grupos têm controle sobre os meios de comunicação e a disseminação da informação, a diversidade de vozes e perspectivas é comprometida, podendo levar a uma narrativa unidimensional e manipuladora.
As consequências desse monopólio podem incluir a limitação do acesso à informação por parte de grupos vulneráveis, a promoção de desigualdades e injustiças sociais, a proliferação de notícias falsas e desinformação, além da influência desproporcional do poder econômico e político sobre a opinião pública.
A disseminação de informações falsas e distorcidas pode levar a uma polarização social e política, contribuindo para o aumento da desconfiança nas instituições democráticas e a diminuição da capacidade da sociedade em tomar decisões informadas.
Big techs
Outra grande questão é o conluio da mídia com o sistema financeiro e a indústria bélica, que o cientista Bautista Vidal resumia em suas falas na ditadura videofinanceira. Algumas das principais empresas de mídia do mundo incluem conglomerados como a Comcast, Disney, News Corp, Time Warner, ViacomCBS, Sony, entre outras.
Essas empresas possuem propriedades em diferentes setores da indústria da mídia, incluindo televisão, rádio, jornais, revistas, cinema e plataformas de streaming. Além disso, existem empresas de tecnologia, como o Google, Facebook, Amazon e Apple, que também possuem grande influência no setor de mídia, através de suas plataformas de busca, redes sociais e serviços de streaming.
Este esquema de comunicação da bandidagem econômica do mundo se chama redes sociais ou big techs. No entanto, nenhuma destas plataformas revela suas fórmulas de utilização de algoritmos, que nada têm de compromisso social, muito pelo contrário, pois estendem seus tapetes vermelhos e portas vips para o gabinete do ódio, negacionistas, fake news e deep web, com infovias por onde circulam livremente os grandes crimes – tráfico de drogas, de mulheres e de armas –, além dos planos bem-sucedidos de golpes políticos e de assassinatos em escolas.
Ou a gente se une ou a gente se f***
Portanto, a solução passa pelo apoio de todos ao clamor do Sinpro e do Sindicato dos Bancários pela divisão de renda e taxação dos super-ricos. Até porque um motoboy, que compra à prestação uma motinha 125 cilindradas para entregar comida pelo Ifood paga IPVA. Mas o super-rico jogador Neymar compra um helicóptero de R$ 85 milhões e é isento do tributo, bem como quem compra iates.
Finalizo com um trecho de uma canção do grupo Liga Tripa e do compositor Renato Matos: “Ou a gente se une ou a gente se fode”.
(*) Jornalista e presidente da TV Comunitária de Brasília