Um grupo técnico com representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Secretaria de Mobilidade e Transporte do GDF fez, terça-feira (12), uma série de visitas para entender melhor o funcionamento do sistema de ônibus de Goiânia, que atende diariamente 500 mil passageiros da capital e de 18 municípios circunvizinhos.
“O objetivo é conhecer o modelo de gestão compartilhada aplicado aqui, com distribuição de competências que reúne operação, fiscalização e um consórcio de empresas. É interessante e traz uma capacidade de aumento de ganho, de tecnologia e serviço para os usuários que os outros sistemas do País têm dificuldade de implementar”, explicou o coordenador do GT, Anderson Bellas
Ele assumiu o compromisso de fazer um relatório a ser apresentado ao secretário-executivo do Ministério dos Transportes para a tomada de decisão sobre a gestão do serviço no Entorno do DF, visando, principalmente, oferecer uma tarifa mais barata para a população.
O secretário-geral de governo de Goiás, Adriano da Rocha Lima, que preside a Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC), órgão que detém o poder de decisão sobre as pautas do transporte, explicou que a atual configuração se tornou possível após aprovação da Lei Complementar 169, no final de 2021, regulamentando a política de subsídio ao transporte.
“Conseguimos criar um novo sistema de governança que traz mais eficiência e proporciona qualidade ao serviço, permitindo a realização de investimentos, como, por exemplo, a compra de ônibus elétricos e a reforma dos terminais e abrigos de ônibus”.
A secretária do Entorno do DF, Caroline Fleury, defendeu a necessidade de criação de um transporte com preço justo e que ofereça qualidade para o usuário. “Por isso estamos buscando esse consórcio, para que essas decisões, como agilidade no serviço, integração, organização nos horários do ônibus e o barateamento do preço da passagem com o subsídio sejam replicadas lá”, disse.
Em fevereiro, o transporte semiurbano do Entorno do DF sofreu reajuste de 8,5%, elevando a passagem em até R$ 11 no trajeto de algumas cidades, como Planaltina e Novo Gama, até Brasília. Na Região Metropolitana de Goiânia, a tarifa está congelada em R$ 4,30 desde 2019, graças ao subsídio mantido pelo governo de Goiás, em conjunto com as prefeituras de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Goianira, Senador Canedo e Trindade.
No início do ano, foi lançado o projeto Nova Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (Nova RMTC), com investimentos de R$ 1,6 bilhão até 2026, sendo cerca de R$ 400 milhões do governo estadual e o restante proveniente das cinco empresas concessionárias do serviço que formaram uma Sociedade de Propósito Específico (SPE).
O conceito de sistema integrado com bilhetagem eletrônica e tarifa flexível permite uma série de benefícios, como Bilhete Único, Cartão Família, Meia Tarifa e Passe Livre do Trabalhador. O governo de Goiás propõe a criação de um consórcio interfederativo no Entorno, com o subsídio pago em parceria pela União e o GDF. Cada um dos entes arcaria com um terço desse custo.
O subsecretário de Operações da Semob-DF, Márcio Antônio de Jesus, disse que a visita superou as expectativas. “Viemos tentar copiar essa experiência exitosa que está sendo falada em nível nacional. O projeto é audacioso e queremos copiar o que está dando certo”, afirmou.