Os brasileiros vão sentir saudade dos Jogos Olímpicos, que se encerram neste domingo (21) no Rio de Janeiro. A tradição e os valores olímpicos extraídos de sua raiz, na Grécia Antiga, estavam presentes na capital fluminense, e o que se viu foi mais um belo capítulo da história esportiva sendo escrito. Desta vez, pelos próprios brasileiros, que torceram, brincaram e foram os protagonistas da melhor participação nacional na maior competição esportiva do mundo.
O primeiro passo dado pelos efervescentes anfitriões foi desconstruir o estigma de “país do futebol”. O Rio de Janeiro virou a capital de todos os esportes. Antes abarrotados por amantes do futebol, os estádios se encheram de leigos que, naquele momento, tudo sabiam sobre ginástica olímpica, atletismo, salto com vara, canoagem, boxe e qualquer outro desporto praticado pelos atletas.
A mudança do torcedor brasileiro ocorreu até na cobrança pelos resultados. Os aplausos não estavam restritos aos vencedores do ouro olímpico, e sim, a quem dava o seu melhor na prova e absorvia toda a energia transmitida pelos gritos dos fãs. Foi assim com as meninas do futebol, vôlei e handebol, que amargaram derrotas na competição quando eram favoritas ao ouro. Pratas e bronzes nunca foram tão valorizados por uma nação.
Sobrou energia até para quem não nasceu em terra tupiniquim. Quando dois estrangeiros competiam, a torcida brasileira, ao mesmo tempo, como se fosse por telepatia, entoava cantos para empurrar o atleta com menos chances de vencer. O porquê não se sabe. Se por empatia aos concorrentes inferiores, já que o Brasil não domina todas as modalidades olímpicas, ou só para descontrair mesmo.
Na dúvida entre quem escolheria, o torcedor resolveu apoiar até mesmo o juiz brasileiro de uma luta de boxe. Por que não? O árbitro apitava uma partida entre boxeadores do Azerbaijão e do Cazaquistão quando recebeu os gritos acolhedores da arquibancada. Aos berros, uníssonos, uma arena inteira de fanáticos exaltava sua participação: “Juiz! Juiz! Juiz!”.
Renascidos pelo espírito olímpico, ao fim da competição e das Paralimpíadas, o brasileiro ficará temporariamente órfão de um evento dessa magnitude. Se a união entre os povos, simbolizados pelos cinco anéis olímpicos, é o principal legado dos jogos, um país miscigenado e hospitaleiro como o nosso, não poderia sair derrotado. Mais que amante do esporte, o torcedor reforçou a máxima de que “o melhor do Brasil é o brasileiro”.
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