\”A quem eu comparo esta geração? A crianças brincando em folguedos\”, ensinou Jesus. Passaram-se dois mil anos, e grande parte da humanidade continua com a mente infantil. Somos seres refratários à educação própria; pessoas com verniz social ou apenas com etiqueta social confundida com educação.
A estrutura da personalidade não saiu do primeiro passo – o \”eu\”. O outro não existe. Regra geral, ele existe apenas quando atende aos interesses ou conveniências. É preciso passar do \”eu\” para o \”você\” e para o \”nós\”. Esta é a estrutura completa da personalidade.
Sem valor a si mesmo e ao outro, a vida não tem sentido. Quem não sai do \”eu\” permanece com mente infantil, e isso é gerador de maldade, indiferença, ingratidão e exploração do outro. Ensinem para crianças e jovens que \”a vida existe em cooperação e não em competição. O outro não é um competidor, mas uma existência complementária que nos torna mais ricos. Sem o azeite da cooperação a máquina da vida não funciona\”.
Até a vinda de Jesus, todos os profetas falaram de amor ao próximo. Mas o Mestre acrescentou: \”Como a ti mesmo\”. Quem não se ama, não pode amar. Para se amar é preciso se conhecer, se aceitar e empenhar-se para evoluir.
\”Quem sou eu? Eu sou minhas reações. Se quiser saber quem sou, preciso me observar. E isso só é possível na vida de relação\”, ensinou o psicólogo indiano J. Krishinamurti. Ele ainda acrescentou: \”O autoconhecimento é a base da sabedoria\”. Toda a maldade humana resulta do egoísmo e do orgulho. Quem não vê o próximo como companheiro de viagem mantém sua mente na infantilidade.
Contam as tradições do Oriente que, na fuga de Jesus para o Egito, a família foi assaltada. Contudo, o chefe do bando vendo o bebê Jesus, encantou-se e ordenou que devolvessem os bens roubados. Trinta anos depois, Dimas, um ladrão crucificado, pede a Jesus que lembre dele no Paraíso. O Mestre afirma: \”ainda hoje estarás comigo no Paraíso\”. O ladrão era o chefe do bando, e Jesus, por gratidão, estava recompensando-o por ter-lhe poupado a vida.
Sem o azeite da cooperação e gratidão, a máquina da vida não funciona