Em virtude do tempo, hoje não tem futebol, nem trabalho
- Advertisement -
O samba de Jovelina Pérola Negra jamais caiu tão bem na vida dos brasilienses. Entretanto, a música que lamenta o tempo ruim e, consequentemente, o adiamento do futebol, virou futilidade se comparada aos transtornos que o Distrito Federal passou nesta semana, com fortes chuvas que castigaram a população. O desastre natural aliado a falta infra-estrutura da capital, tornam o fenômeno uma verdadeira catástrofe urbana.
Os piores relatos de destruição causados pelas tempestades foram na Asa Norte, onde carros ficaram ilhados nas tesourinhas e entrequadras, além de estabelecimentos que foram destruídos pela água. Entre 10h de terça-feira (16) e 10h de quarta-feira (17) foi registrado um total de 85,8 mm, a maior quantidade de chuva registrada em 24h em todo o ano de 2014.
A 311 Norte amanheceu na quarta-feira (17) completamente devastada pelo temporal. A Academia de ginástica da quadra ficou completamente tomada pela lama. Isso tudo com apenas três horas de chuva. Na 402 norte, um carro foi levado pela enxurrada e na Vicente Pires jovens andaram de Jet Ski pelas ruas alagadas.
A chuva acarretou outros problemas, como a falta de luz. A casa de Letícia Vasconcelos, em Vicente Pires, passou quase quatro horas sem energia. “Quando vi que a chuva estava forte já esperei a hora que iria faltar energia. É sempre assim. Mas desta vez foi demais”, reclama. “Foram quatro horas sem geladeira”, finaliza.
No aeroporto, os compromissos dos passageiros foram por água abaixo. A neblina cobriu a torre de comando pela manhã de quarta-feira (17) e impediu decolagens. Além de provocar uma série de atrasos e cancelamentos nos embarques. De acordo com a Infraero, entre terça e quarta, 202 voos saíram com atraso ou foram cancelados.
O total de chuva acumulada nesse mês de dezembro também bateu recorde, superando, em apenas 17 dias, a média histórica para dezembro. Na quarta-feira (17), o índice era de 250,9 mm, 1% acima dos 249 mm da média histórica.
Acreditando que novos dias virão, e ainda trazendo o samba como inspiração, podemos crer em dias melhores citando Diogo Nogueira, “depois da tempestade, flores voltam a surgir”.