A 5 meses das eleições gerais de 2018, o Palácio do Planalto anuncia que não desistiu e vai aprovar a Reforma da Previdência ainda este ano. Avisou aos parlamentares da base governista que a campanha para aprovar a proposta voltará “com tudo” em outubro, após as eleições. É a cobrança da fatura, afinal, como diz a nota do Jornal de Brasília, “o Palácio liberou bilhões de reais em emendas e atendeu a interesses partidários e a cargos para apadrinhados nos redutos dos aliados. Não vai sair barato”.
A pressão para aprovar a reforma da Previdência não para por aí. Os presidentes das entidades supermercadistas Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e Associação Paulista de Supermercados (Apas), numa cerimônia no Palácio do Planalto, nesta segunda, elogiaram as duas reformas que destruíram direitos sociais e trabalhistas – a reforma trabalhista e a do congelamento – mas cobraram a reforma da Previdência ainda este ano.
A mídia, por sua vez, mostra um Brasil ameaçado pelas agências de classificação de risco de crédito – empresas ligadas ao sistema financeiro – caso a reforma da Previdência não seja votada. Tais empresas alegam que, sem os recursos financeiros da Previdência, a Emenda Constitucional nº 95/2016 (EC 95/16) não será plena.
Ou seja, não basta congelar os investimentos do dinheiro público brasileiro nas áreas sociais, como saúde e educação: os banqueiros querem o superávit da Previdência também. Eles querem tudo e todo o dinheiro que os brasileiros pagam de impostos ao Estado para ter seus direitos sociais assegurados. Para os banqueiros e rentistas e empresários devedores do INSS, agora, é a hora de acabar com o direito à aposentadoria.
Há centenas de políticos que trabalham para o sistema financeiro. Justamente os que votaram nas reformas em curso e que aguardam ser reeleitos em outubro para prosseguirem na execução do saqueio ao Estado brasileiro.
“Cabe à população analisar em quem votar. Se votar em parlamentar que aprovou o impeachment e todas as reformas que eliminaram direitos e instalaram no país o Estado policial de exceção, certamente, irá enterrar o país no mais tenebroso atraso e condenará a classe trabalhadora a não ter direitos, como o direito à aposentadoria, ao trabalho com carteira assinada e outros, conquistados a duras lutas no século XX”, analisa a diretoria do Sindicato dos Professores no Distrito Federal.