Após o lançamento da proposta de redução das tarifas de ônibus, muito se falou sobre a viabilidade financeira da proposta. No entanto, pouco se falou sobre o impacto da diminuição dos preços na economia. De acordo com especialistas, para quem ganha menos, as consequências serão sentidas de forma mais intensa.
Em um mês com 20 dias úteis, quem paga R$ 3 pela viagem de ônibus ou Metrô acaba gastando R$ 120, se utilizar só um trecho para ida e outro para volta. Ou seja, caso as tarifas cheguem a R$ 1, o custo seria de R$ 40 mensais, um terço do atual.
O economista Roberto Piscitelli, da Universidade de Brasília, acredita que é preciso estudar a forma de viabilizar a proposta financeiramente. Mesmo assim, se colocada em prática terá impactos positivos no orçamento do usuário do transporte público. Para o especialista, benefícios são possíveis.
“No caso de uma redução de dois terços no gasto com passagem, sobram quatro reais por dia. Ou seja, em um mês com 20 dias, será possível economizar R$ 80. Isso se forem levados em conta só os gastos de uma pessoa da família. Essa economia representa mais de 10% de um salário mínimo. Então pode ser bem relevante para as classes mais baixas”, explicou. Dessa maneira, o trabalhador que paga mais de duas passagens por dia sentirá mais a medida no bolso. Quem gasta R$ 240 hoje, poderia diminuir a conta com o transporte para R$ 80.
Mesmo assim, Piscitelli acredita que os empregadores não devem mudar as políticas salariais. “Teoricamente, seria possível pagar melhor aos funcionários, já que haverá menos gastos com vale-transporte. Mas sabemos que esse tipo de lógica nem sempre dá certo, já que são concedidos incentivos fiscais e isenção de IPI, por exemplo, para carros e o valor repassado ao consumidor acaba diminuindo pouco ou nada em vários casos”, completou.
Gasto não sobe tanto
Frejat calcula que em vez dos R$ 90 milhões mensais usados para manter as gratuidades, a tarifa reduzida elevaria o custo para R$ 112 milhões. A arrecadação com IPVA, estimada em R$ 800 milhões anuais, seria usada para bancar o acréscimo nas despesas.
Romário ajuda campanha
Reforço à campanha de Rodrigo Rollemberg (PSB), na reta final para o segundo turno, veio do futebol. O deputado federal Romário (PSB), senador eleito pelo Rio de Janeiro com 4,6 milhões de votos, acompanhou o companheiro de partido em agendas em Taguatinga e no Sol Nascente, em Ceilândia, maior favela do País.
Por quase duas horas, os socialistas desfilaram em carro aberto. Já no fim da carreata, o jipe que levava os dois, mais o senador eleito Antônio Reguffe (PDT) e o candidato a vice Renato Santana (PSD), quebrou. Precisou ser empurrado pelos seguranças da campanha.
“O Romário adotou Brasília como deputado federal, e agora, como senador, poderá nos ajudar com projetos na área do esporte e de políticas para pessoas com necessidades especiais, que ele conhece muito bem”, disse Rollemberg.
O candidato do PSB prometeu melhorias para uma das regiões mais carentes do DF. “Um governador tem que administrar para todos, mas principalmente para os mais necessitados, como é o caso da população do Sol Nascente. Aqui vamos fazer trabalho de infraestrutura, com esgoto, pavimentação, restaurante comunitário e a escola técnica que nos prometemos”, declarou o senador Rollemberg.
Em Taguatinga, o candidato ao Buriti e o ex-jogador caminharam pela Praça do Relógio e pela Feira dos Goianos, onde Rollemberg falou sobre seus projetos.
Agenda cheia
1. A agenda de Frejat começou ontem com entrevistas para emissoras de rádio, televisão e para um portal de notícias da internet.
2. No início da tarde, ele se reuniu com a coordenação da campanha e acabou cancelando uma caminhada no comércio de Sobradinho.
3. O motivo foi uma gravação do programa de televisão que não estava prevista, mas precisou ser feita com urgência.
4. Mais duas reuniões, com militantes de Vicente Pires, Taguatinga e empresários de Ceilândia foram os últimos compromissos de Frejat.
Saiba mais
Rollemberg afirmou que para realizar suas promessas de regularização do Sol Nascente e outros bairros terá um longo caminho a percorrer, já que os recursos para infraestrutura e equipamentos públicos só são liberados a áreas legalizadas.
Em Taguatinga, Romário afirmou que Rollemberg se comprometeu a criar centros de referência de diagnóstico e tratamento para pessoas com doenças raras e com deficiência.
Rollemberg falou ainda sobre propostas de acessibilidade, transporte, saúde e educação.