A principal cidade-satélite do Distrito Federal completou 62 anos na sexta-feira (5). Fundada dois anos de Brasília, Taguatinga abrigou, inicialmente, pioneiros que vieram para a construção da nova capital. Hoje, com mais de 220 mil habitantes, é a referência para moradores de outras regiões administrativas, como Ceilândia, Brazlândia, Samambaia e Recanto das Emas.
Entre as principais referências culturais de Taguatinga, está a Academia Taguatinguense de Letras (ATL), fundada em 5 de junho de 1986 por 18 professores escritores da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Entre eles, Hilda Mendonça, Nara Nascimento, Hélio Soares Pereira e Leão Sombra do Norte Fontes (já falecido), todos atuantes em escolas públicas de Taguatinga.
Ao completar 34 anos, a ATL enfatiza a sua história de lutas pela cidadania, a valorização do saber e da liberdade de expressão. O atual presidente da entidade, o escritor Gustavo Dourado, reforça que o principal objetivo da academia é “disseminar a cultura e a educação em um ambiente democrático, capaz de assegurar a todos o acesso ao livro e à leitura, às artes e à cultura de um modo geral”.
Dourado lembra que uma das conquistas da entidade foi a sua elevação à condição de Patrimônio Cultural, Material e Imaterial do DF, pela Lei 5159 de 2013, votada pela Câmara Legislativa, e regulamentada pelo decreto do GDF número 35.549, de 18 de junho de 2014.
Dessa forma, a ATL ficou consolidada no Complexo Cultural EIT, onde funciona sua sede com auditório, duas bibliotecas, salas de oficinas e de apoio. “Foi uma grande conquista para a instituição, única tombada no Centro-Oeste e uma das poucas no Brasil a ser reconhecida e a carregar importante título”, diz Dourado.
Projetos – Atualmente, a ATL está desenvolvendo projetos na Internet, incluindo o uso de canal no Youtube, para levar o trabalho de acadêmicos ao público. Os canais de comunicação são as suas páginas no Facebook e no Whatsapp.
Entre os projetos da academia constam o recital poético-musical Beco das Letras, já com 15 edições, sendo uma virtual; a Oficina de Cordel Leandro Gomes de Barros, em parceria com escolas públicas e a Associação Casa Azul, alcançando 600 alunos, com aulas ministradas pelos professores e escritores José Maria da Silva Mourão, Lira Souza, Antônio de Lima Martins, Goári e Gustavo Dourado.
Incentivo – A academia propôs e participou dos debates em torno da aprovação da lei 6.496/2020, que instituiu a Política Distrital de Incentivo e Fomento à Literatura Brasiliense, de autoria da deputada Jaqueline Silva (PTB) e sancionada pelo governador Ibaneis Rocha.
Em fase de regulamentação, esta lei beneficiará escritores, editoras e gráficas, e reforçará investimentos na área de Educação. Gustavo Dourado lembra que, em 2019, durante a 35ª Feira do Livro, a ATL encaminhou a sugestão à deputada, que se mostrou solícita e logo começou a trabalhar pela concretização de um projeto em conjunto com entidades de escritores do DF.