A criação do Parque Empresarial de Taguatinga numa área equivalente a 45 campos de futebol, às margens da BR-070, tem dividido as opiniões de moradores, empresários e representantes do GDF. O projeto prevê a construção de até 115 imóveis, que poderão abrigar indústrias, comércios, escritórios e residências, com público estimado de 3 mil pessoas.
Na última audiência pública, em maio, no campus do Instituto Federal de Brasília (IFB) em Taguatinga, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) apresentou o Relatório de Impacto de Vizinhança (RIVI), documento necessário para o processo de licenciamento ambiental. Segundo os técnicos, o empreendimento é viável, por estar em área urbana consolidada, plana e sem incidência de Áreas de Preservação Permanente (APPs).
Durante a audiência, a principal preocupação mencionada foi a falta de espaço no Setor H Norte, área vizinha ao empreendimento, conhecida pela alta concentração de oficinas e comércios automotivos. De acordo com o presidente do Ibram, Rôney Nemer, a demanda para expandir o setor vem de longa data.
“Há cinco anos, comerciantes do setor me procuraram relatando que o Setor H Norte está saturado, sem espaço para crescer e com problemas de descarte de carcaças”, afirmou, na reunião.
PRIORIDADE — A Associação Comercial e Industrial de Taguatinga (Acit) defende que os empresários já estabelecidos nas redondezas tenham prioridade na aquisição dos lotes. “Essa área deveria ser destinada prioritariamente aos comerciantes do Setor H Norte, que enfrentam dificuldades com a falta de espaço. O projeto precisa atender quem já gera emprego ali”, argumenta Edvaldo Brito, assessor de imprensa da entidade.
O terreno, localizado entre o Setor M Norte, o IFB e o Setor H Norte, hoje é ocupado por pessoas em situação de rua e sofre com o descarte irregular de lixo. A área pertence à Terracap, que será responsável pela venda dos lotes, em modalidade ainda a ser definida.
O processo está em fase inicial, com análise dos documentos para a Licença Prévia, que avalia a viabilidade ambiental do projeto. Em seguida, caso aprovado, o empreendimento ainda precisará da Licença de Instalação e da Licença de Operação, que atestam o cumprimento de todas as exigências ambientais. Moradores da região e representantes de entidades podem apresentar sugestões e contribuições até a conclusão do processo de licenciamento.