A possível nomeação do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para a embaixada do Brasil em Washington (EUA) abrirá espaço para um aliado de um potencial adversário de seu pai na sucessão presidencial de 2022. O primeiro suplente de Flávio é o empresário Paulo Marinho, cuja casa, no Rio de Janeiro, serviu de quartel-general na campanha de 2018, onde foram feitas gravações do programa eleitoral do presidente. Aconteceu lá, também, a primeira reunião da equipe ministerial após a vitória nas urnas.
Voto útil
No entanto, Marinho agora caminha em direção oposta a Bolsonaro. Tornou-se presidente do PSDB no Rio e trabalha para que o governador de São Paulo, João Doria, potencial rival do presidente em 2022, seja o próximo ocupante do Palácio do Planalto. Em diversas entrevistas o empresário alega que sua ligação com Doria não representa uma traição a Bolsonaro. Primeiro porque há décadas é amigo do governador paulista, que considerava o nome ideal para presidente em 2018. Seu apoio a Bolsonaro foi um “voto útil” para derrotar o PT. E Marinho ainda acredita na promessa de Bolsonaro de que não concorrerá à reeleição.