Uma denúncia anônima contra Jorge Luiz Moreira da Silva, indicado para superintendente Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Paraná aponta o servidor como acusado de improbidade administrativa. Ele é suspeito de permitir a invasão da Fazenda Capão do Cipó, de 400 hectares, em Castro (PR), de propriedade da União.
No documento, que chegou ao mesmo tempo, nesta semana, nos gabinetes do deputado federal Celso Russomano (Republicanos-SP) e da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Corrêa da Costa Dias, o grupo de “anônimos” pede a intervenção de ambos no sentido de impedir que ele seja nomeado superintendente do Incra Paraná por “conflito de interesses”.
No entendimento dos autores da denúncia, Jorge Silva é indicação do deputado Sérgio Souza (MDB-PR), desafeto político do grupo do PSL no estado. Silva é acusado também, no documento apócrifo, de “não possuir conhecimento técnico para ocupar a função [de superintendente], desconhecer as práticas, leis e normativas que regem o Incra”.
“O servidor, cujo cargo o torna responsável por cuidar da propriedade do governo federal, como a referida fazenda, nunca buscou solucionar a questão em favor da União, pelo contrário. Ele sempre excluiu todos os órgãos interessados das tratativas quanto à retomada da área, contrariando ordens claras do Secretário Especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Nabhan Garcia, e da própria Ministra”, afirma o documento.
A Fazenda Capão do Cipó é considerada modelo, por ser produtiva, utilizada para pesquisas agronômicas e pecuárias, de propriedade da União, cuja responsabilidade é da Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Desde 2015, foi ocupada pelo Movimento Sem Terra (MST).
O documento aponta que o juiz da 2ª Vara Federal de Ponta Grossa determinou a reintegração de posse à União, que não foi cumprido. O terreno, segundo a denúncia, estava destinado à construção de um campus do Instituto Federal do Paraná. Relata, ainda, que a deputada federal Aline Sleutjes (PSL-PR) “já cobrou soluções, visto a falta de interesse e morosidade no cumprimento da ordem judicial”.