Será julgado na terça-feira (9), pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), o recurso do candidato do PR ao Palácio do Buriti, José Roberto Arruda. A defesa alega suspeição do juiz Álvaro Ciarlini, da 2ª Vara de Fazenda Pública do DF, responsável pela condenação do ex-governador em primeira instância por improbidade administrativa.
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Caso consiga se livrar da condenação de primeira instância, Arruda não poderia, por consequência, ser declarado inelegível, uma vez que teria apenas uma condenação colegiada – a de segunda instância. E assim, teria tranqüilidade para a “arrancada final rumo à vitória”, como dizem assessores de seu comitê eleitoral.
O relator do processo é o ministro Napoleão Nunes Maia Filho. Em junho, ele suspendeu o julgamento de segunda instância, em junho, a pedido da defesa de Arruda, que alegou a suspeição de Álvaro Ciarlini. O advogado do ex-governador, Gustavo de Castro Afonso, se diz otimista. Este sentimento contagia o candidato e a grande maioria de seus seguidores.
Esdrúxulo
Um aliado próximo do ex-governador, pedindo para não se identificar, avaliou como “esdrúxulo” o processo a ser analisado pelo STJ. Trata-se da investigação contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN), que recebeu, junto com o marido, Manoel Neto, um pacote de dinheiro das mãos do delator do chamado Mensalão do DEM, Durval Barbosa. O esquema foi revelado no final de 2005 pela operação Caixa de Pandora.
Na avaliação da defesa de Arruda, o réu não teria como influenciar na suposta propina ou doação irregular à parlamentar. À época, Arruda era deputado federal e pré-candidato a governador. Quem estava no poder era Joaquim Roriz, pai de Jaqueline, e que, naquele ano, apoiou a candidatura de sua vice, Maria de Lourdes Abadia (PSDB) à sucessão.
“Como Arruda poderia mandar em Durval, que era presidente da Codeplan nomeado pelo então governador Roriz? Por que, mesmo que ele tivesse esse poder, determinaria a entrega de dinheiro para uma adversária? Será que um deputado federal contrário ao governo teria o poder de mandar no presidente de uma empresa pública, passando por cima do chefe do Executivo?”.
Estas são apenas algumas questões levantadas pelos advogados, mas que Arruda se recusa a comentar, para evitar atritos com os magistrados.