Quem tem sonhos sabe bem como é: está sempre alerta para defendê-los, e com muita disposição para correr atrás deles. Conosco, lutadores e lutadoras em defesa da educação pública de qualidade, não é diferente.
Acreditamos que é preciso investir na educação do povo, porque ela é um dos melhores caminhos para a soberania nacional, para a igualdade de oportunidades, para o combate à violência e a construção de laços de solidariedade entre as pessoas.
É por isso que lutamos pela valorização da escola pública e pela garantia da qualidade na educação do nosso povo. Isso só se faz com profissionais bem formados, valorizados e disponham de estrutura adequada.
De outro lado, há as concepções privatistas de educação, vinculadas a conceitos como meritocracia e individualismo. Elas se baseiam num entendimento de que as desigualdades imensas que nosso país guarda desde os tempos de colônia não são problema do Poder Público, e sim, de cada pessoa. Estes não querem que a educação seja um instrumento de emancipação, mas, sim, de manutenção de lugares sociais.
No Sinpro-DF, travamos essa batalha cotidianamente. Dialogamos nas escolas com as professoras, professores, orientadoras e os orientadores educacionais. Dialogamos também com a comunidade escolar. Construímos espaços de discussão, de formação.
Formulamos estratégias, elaboramos materiais de apoio pedagógico e de debate. Dialogamos com os governos, com os parlamentos, com o Poder Judiciário.
Diálogo é uma ferramenta fundamental de quem tem ideias a apresentar. Quando o diálogo é interditado, nós dispomos de ferramentas para pressionar. A greve é uma delas. E, segundo a Constituição Federal de 1988, greve é um instrumento legal. Legítimo.
O governo do DF, depois de interromper o diálogo e ser obrigado pela greve a retomá-lo, diz que nenhuma categoria terá reajuste em 2025. O objetivo é fazer a população pensar que é só disso que se trata. Se fosse apenas sobre isso, já seria justo o suficiente, ainda mais depois da promessa de campanha de que “professor devia ganhar que nem juiz”.
Mas os educadores e educadoras estão nas ruas dialogando com a população, que já entendeu que queremos ver nossa carreira valorizada por meio da reestruturação e com fortalecimento do vencimento.
Queremos que o GDF regularize o repasse do INSS dos professores em contrato temporário, que já foram muito prejudicados; queremos fortalecer a rede pública com nomeações e concurso público.
Essas são as nossas reivindicações. Mas falta vontade política do governo, que mente para não admitir isso para a população.
Nossos sonhos não cabem numa só proposta, em um só processo de negociação. Nós entendemos, ao mesmo tempo, que nosso caminho é longo e é preciso abastecer a caminhada com os bons frutos colhidos ao longo dela.
Como disse Leminski, “na luta de classes, todas as armas são boas: pedras, noites e poemas”.