O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, afirmou que o terremoto de 6,2 gaus que atingiu a zona central do país nesta madrugada deixou ao menos 120 mortos. \”Os feridos foram levados para fora de Amatrice e Accumoli em helicópteros e ambulâncias. Foram 368 somente nesta manhã\”, informou Renzi.
O chefe de governo fez a declaração em Rieti, uma das províncias mais afetadas pelo abalo sísmico, onde o premier também destacou que será preciso um \”longo período de gestão\” para lidar com a emergência provocada pelo terremoto.
Vinte solicitantes de refúgio abrigados em uma estrutura em Monteprandone, na região de Marcas, partiram para trabalhar como voluntários em Amandola, uma das cidades da Itália atingidas pelo terremoto.
\”Foram eles que pediram para dar uma mão neste momento trágico para a região que os abriga\”, afirmou Paolo Bernabucci, dirigente do Grupo de Solidariedade Humana, órgão criado para atender milhares de pessoas que pedem refúgio quando entram no país todos os anos.
A Itália é um dos principais focos da crise migratória que afeta a Europa, resgatando todos os dias dezenas de pessoas de embarcações superlotadas no Mar Mediterrâneo. Os imigrantes que se disponibilizaram para ajudar em Amandola são todos do norte da África.
O presidente da Itália, Sergio Mattarella, afirmou que o país passa por um \”momento de dor e de apelo à responsabilidade comum\”. \”O meu primeiro pensamento vai às vítimas desse devastador sismo que atingiu parte do território nacional\”, disse ele.
Além disso, ele destacou que é preciso \”usar todas as forças\” para salvar vidas, curar feridos e oferecer as melhores condições possíveis aos desabrigados. \”Depois, será necessário um rápido esforço para garantir a reconstrução dos centros destruídos e a retomada das atividades produtivas\”, finalizou Mattarella.
Beleza destruída – Devastada pelo terremoto, Amatrice, está literalmente dividida em duas. A cidadezinha de 2,6 mil habitantes é considerada uma das mais belas do país.
Fundado na Idade Média, o município abriga mais de 100 igrejas históricas e faz parte do Parque Nacional del Gran Sasso e Monti della Laga, o terceiro maior da Itália. Por conta disso, é um conhecido destino turístico da região do Lazio.
Além disso, amantes dos pássaros viajam a Amatrice para observar a águia-real, que tem na cidade um de seus principais locais de nidificação. Seu centro histórico, destruído pelo tremor, era rodeado por um sistema de fortificações, com alguns trechos visíveis até os dias de hoje.
No coração do município, se destaca a Torre Cívica, feita de pedra e que se ergue a 25 metros de altura em frente à prefeitura. Ela é datada do século 13. A cidade também é um polo da gastronomia italiana por ser uma importante produtora de guanciale e queijo pecorino, dois ingredientes do molho matriciana, que deve seu nome a Amatrice.
Igreja doa 1 milhão de euros
A Conferência Episcopal Italiana (CEI) determinou a imediata destinação de 1 milhão de euros (R$ 3,66 milhões) para as operações de socorro nas áreas atingidas pelo terremoto.
O dinheiro será usado para cobrir necessidades especiais e primeiras emergências. A entidade também fará uma arrecadação em todas as igrejas do país em 18 de setembro, quando acontece seu 26º Congresso Eucarístico.
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