Foram 156 casos, como porte de droga e de arma, registrados em pouco mais de quatro meses e meio de 2014, segundo a PM. Colégio de Ceilândia que começou a semana fechado por causa do tráfico voltou a funcionar com policiamento dobrado.
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“A minha filha chegou em casa desesperada, dizendo que um cara atirou para cima na porta da escola. Agora, ela não pode ouvir falar sobre isso. Não queria nem vir hoje”, conta a mãe de uma menina de 10 anos, aluna do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 4, em Ceilândia. Um dia depois de fechar os portões por medo do controle do tráfico, a instituição reabriu ontem. Na entrada, dois homens do Batalhão Escolar da PM faziam o policiamento durante o período de aulas. O medo da menina surgiu depois que um grupo de traficantes passou a vender drogas dentro do colégio e intimidar funcionários. Na semana passada, um jovem entrou a cavalo no local para ameaçar de morte, pela segunda vez, um servidor.
As passagens integram o registro de ocorrências do Batalhão Escolar no perímetro das escolas do DF e ao redor das instituições. Só este ano, os dados somam 156 casos –– média de 1,1 por dia. Do total, 60 correspondem ao uso, porte e tráfico de entorpecentes e 5 ao porte de arma de fogo. O governo afirma que há ações a curto, médio e longo prazos para resolver o problema.
As estatísticas colocam no papel o receio sentido por pais, alunos e profissionais da área. No CEF 4 de Ceilândia, uma mãe, que preferiu não se identificar, diz que pensou em tirar a filha de 11 anos da instituição. “Mas tenho medo de não conseguir vaga em outro lugar e ela perder o ano”, comenta. Em casa, a menina relata aos pais o uso de entorpecentes dentro do colégio e também comenta que alguns alunos ficam olhando para os materiais, as roupas e o tênis dos colegas. Para os infratores, não existe distinção de horário. Enquanto a reportagem esteve nas proximidades das instituições, por volta de 13h, um jovem fazia uso de entorpecentes na quadra ao lado.
O problema de segurança se repete em outras instituições de ensino da região. No Centro de Ensino Fundamental 33, alguns pais preferem acompanhar os filhos na chegada e na saída do colégio. “Faço isso pela segurança dela e pela nossa tranquilidade. Não sabemos o que pode acontecer no trajeto até em casa. Já vi policiais fazendo vistoria em jovens aqui perto”, explica o bombeiro civil Marcelo José de Santana, 43 anos. Além da filha de 13 anos que estuda no CEF 33, Marcelo não poupa cuidados com o filho Josué, 7 anos, que estuda no CEF 47. “Mas tenho mais medo aqui (CEF 33) do que lá, porque os alunos são mais velhos”, comenta.
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