Até 27 de março, apenas 2,22% dos grupos prioritários estabelecidos pela Secretaria de Saúde (SES) tomaram a vacina contra a gripe no Distrito Federal. O índice representa apenas 27 mil doses aplicadas. Este ano, a meta das autoridades locais é imunizar 1,2 milhão de pessoas.
A reportagem do Brasília Capital comprovou a baixa procura ao visitar unidades de saúde na Asa Sul, Samambaia e Taguatinga. Todas estavam praticamente vazias. Os idosos são os mais interessados na proteção. É o caso de Leordina Madureira, de 78 anos. “No primeiro dia, eu já estava aqui. Se não tiver vacina no meu posto, vou a outro. Não posso descuidar. Já tenho idade para saber que prevenir é melhor que remediar”, ensina. Ela garante que “há anos” mantém a caderneta de vacinação “rigorosamente em dia”.
Embora a situação não seja ideal, a SES-DF ressalta que, em 2025, com a inclusão permanente no Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 6 meses a 6 anos, gestantes e pessoas 60+, as doses contra influenza estarão disponíveis durante o ano todo nos mais de 100 pontos espalhados pela capital. A segunda remessa enviada pelo Ministério da Saúde, com 208 mil imunizantes, foi entregue em 28 de março.
COLETIVIDADE — Ciente de que se vacinar é um ato coletivo, a professora de Enfermagem Irany Dâmaris, de 64 anos, aproveita a sala de aula para conscientizar colegas e alunos. “Sempre oriento que a vacina não protege só a gente. Ela protege todo mundo ao redor. Quem trabalha em hospital ou clínica, tem responsabilidade redobrada”, afirma.

Foto: Antônio Sabino/BSB Capital

Já o motorista de aplicativo Sérgio Rodrigues, de 63 anos, diz se proteger com frequência apenas contra a gripe. “Todo ano eu venho pegar minha vacina da gripe, mas confesso que as outras nem lembro quando tomei a última dose”, admite.
Uma das estratégias para ampliar as aplicações é o Dia D, marcado para 10 de maio, quando todos os postos de saúde do DF vão funcionar em horário estendido. Além disso, na oportunidade, os brasilienses podem receber imunizantes contra as demais doenças, como a pólio, sarampo, HPV e a tríplice viral.