O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, anda cada vez mais encalacrado com a Justiça. Preso desde 14 de janeiro num quartel da PM no Guará, a mando do ministro Alexandre Moraes, do STF, por participação ou omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro, ele agora é investigado por uma viagem à Bahia, na véspera do 2º turno das eleições de 2022.
À época, a viagem foi justificada para reforçar a atuação da PF e da PRF no combate a crimes eleitorais, como compra de votos. No entanto, há suspeita de que Torres tenha ido pressionar as duas corporações a barrar eleitores no Nordeste, região onde Lula tinha mais votos que o candidato à reeleição Jair Bolsonaro.
No local, o então ministro orientou o superintendente da PF na Bahia, Leandro Almada, para coibir, em conjunto com a PRF, crimes eleitorais. Após o encontro, conforme o blog da jornalista Andréa Sadi, do G1, uma equipe de Torres enviou uma lista de cidades onde os policiais deveriam atuar. De acordo com o colunista Lauro Jardim, d’O Globo, a lista foi elaborada pela delegada Marília Ferreira Alencar, então diretora de Inteligência do MJ.
Em 30 de outubro, dia do segundo turno das, o então diretor geral da PRF, Silvinei Vasques, comandou diversos bloqueios em rodovias no Nordeste, o que dificultou a chegada de eleitores aos locais de votação.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse, nas redes sociais, que “o cerco está fechando”. “Primeiro encontraram a minuta do golpe na casa de Torres. Agora, a PF achou um relatório com as urnas favoráveis a Lula no gabinete do ex-ministro, locais exatos onde a PRF fez blitz no 2º turno. Bolsonaro precisa pagar pelos seus crimes!”, disse, fazendo referência à minuta de decreto para alterar o resultado das eleições de 2022 apreendida na casa de Torres.