Zilta Marinho
Se depender do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR) da Secretaria de Segurança Pública e Paz Social do Distrito Federal, o quadrilátero onde vivemos estará protegido durante os Jogos Olímpicos, em agosto. O DF é o único local de competições que não terá a presença do Exército na segurança, assim como não teve na Copa do Mundo.
O CICCR foi planejado para grandes eventos e testado durante a Copa das Confederações. Mas a prova de fogo foi a Copa do Mundo, quando eram recolhidas durante as madrugadas, em média, 10 toneladas de objetos – garrafas preparadas com coquetel molotov, pedaços de madeira, bombas caseiras, armas e outros objetos que seriam usados em conflitos programados para ocorrerem durante o dia. Tudo funcionou bem, e o Centro se tornou um grupo permanente.
A equipe trabalha 24/7, isto é, 24 horas durante os 7 dias da semana. Segundo o tenente-coronel BM Paulo José Barbosa de Souza, gerente de Planejamento/Operacional, o PJ, como é conhecido, há uma equipe permanente composta por um coordenador, três gerentes (planejamento, operações e logística) e três operadores. Integram o CICCR representantes de 38 agências, instituições e organizações, identificadas pela sigla AIO, como a Caesb, Detran, Novacap, Corpo de Bombeiros e Policia Militar, dentre outras.
Todos os envolvidos se reúnem numa sala preparada com equipamentos para monitoramento de locais onde haja movimentação específica, como manifestações, jogos, grande fluxo de pessoas etc. Os representantes têm poder de decisão ou autorização para deliberar em casos de necessidade de intervenção. Esse trabalho é associado ao do CIADE (Central Integrada de Atendimento e Despacho), que já monitora todo o DF. A equipe do CICCR conta também com um sistema de computador, o SICC, onde toda a operação é integrada e acompanhada minuto a minuto com o registro de data, hora, evento, atividade e agência responsável numa linha do tempo que lhes permitirá agir imediatamente.
No caso dos jogos de futebol que ocorrerão no Mané Garrincha e integram as competições dos Jogos Olímpicos, a Força Nacional e a Secretaria Estratégica de Segurança para Grandes Eventos (SESGE) atuarão no chamado Perímetro de Segurança das Instalações (PSI), que compreende o estádio propriamente dito até sua cerca. Já a Secretaria de Segurança é responsável por todo o DF, a partir dali.
Caso todo o planejamento e ações desses grupos não sejam suficientes para evitar ou conter o evento, um gabinete de crise é instalado com os comandantes militares e titulares das pastas envolvidas. Mas, se a operação tartaruga deflagrada por Bombeiros e PMs se mantiver e interferir negativamente nas ações de segurança, não tenham dúvida, o Exército já está pronto para agir.