O Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista) propõe uma redução de 20% na tabela sugerida pelo GDF para cobrança de estacionamento no projeto da Zona Verde no Plano Piloto. Pela proposta inicial do governo, Brasília será dividida em quatro áreas: Ipê Amarelo (R$ 2 por hora de cada veículo com direito a duas horas de permanência. Moradores de superquadras terão direito a uma vaga gratuita); Ipê Roxo (R$ 5 por hora com permanência de 5 horas); Ipê Rosa (R$ 2 por carro com 2 horas de permanência) eIpê Branco (R$ 2 por veículo nos bolsões de estacionamento das estações do metrô e do BRT).
O comércio teme que, com a instalação da Zona Verde, muitos motoristas passem a estacionar os carros dentro das superquadras residenciais, onde as taxas serão menores para fugir dos preços maiores nas áreas comerciais. O presidente do Sindivarejista, Edson de Castro, disse que, se isso ocorrer, os moradores das superquadras serão prejudicados. Daí, a sugestão de adoção de menores preços (-20%) para não prejudicar nem o comércio nem moradores de superquadras.
“Defendemos um amplo debate envolvendo todos os setores, para que não haja distorção nem injustiça” disse. Edson de Castro afirma que “os moradores de superquadras não devem pagar caro para estacionar porque já arcam com o IPTU, IPVA e Taxa de Limpeza Pública (TLP)”.Ele lembra que a questão maior de falta de vagas ocorre nos Setores Comerciais Sul e Norte, Setores de Autarquias Sul e Norte, Setores Hospitalares, imediações dos ministérios, Praça dos Tribunais e Setores Hoteleiros Norte e Sul.
Educação – O vice-presidente do Sindivarejista, Sebastião Abritta, observou que, desde os anos 1970, o governo do DF tenta criar estacionamentos pagos. “Esperamos que em 2021, como preconiza o próprio GDF, a proposta saia do papel para a prática. O dinheiro a ser arrecadado deve ser investido na melhoria do transporte público, como metrô e BRT”,disse. Ele espera que a cobrança de estacionamentos discipline e eduque o uso de veículos, acabando com abusos que prejudicam quem vai às compras.
O dois dirigentes do Sindivarejistaobservam que em muitas lojas os funcionários estacionam os veículos às 8h e só retiram às 19h. “Isto impede que haja vagas para os carros de consumidores. Já fizemos duas campanhas visando mudar este cenário, mas não houve êxito. O vício perdura numa cidade que tem mais de 1,2 milhão de veículos. Faltam vagas, sobram reclamações”.
Eles calculam que o comércio de entrequadras do DF perde, anualmente,mais de R$ 50 milhões apenas por esta razão de os consumidores não terem onde parar os seus veículos e acabarem desistindo de comprar. “O outro reflexo disso é o desemprego”, afirma Abritta.