Começam a ser conhecidos os nomes dos gestores do Instituto Hospital de Base – IHBDF, o órgão criado pelo GDF para administrar o Hospital de Base. Eles foram publicados no Diário Oficial do DF. Embora a maioria seja servidores públicos, alguns têm em comum o fato de possuir vínculos com empresas privadas que atuam no setor de Saúde.
O SindSaúde, em texto publicado em seu portal intitulado “Balcão de Negócios no IHBDF”, afirma que “alguns (dos nomeados) são donos de empresas ligadas a serviços de saúde”. E relaciona na denúncia os seguintes gestores:
Ismael Alexandrino, futuro-diretor geral do instituto, possuiria vínculo com a Exame Medicina Diagnóstico;
Rodrigo Caselli, nomeado diretor de Atenção à Saúde, seria sócio da EMS – Consultoria e Treinamento em Emergência e da Climed, que atuam na atenção à saúde e de medicina ambulatorial, respectivamente;
Lourdes Cabral, seria dona de uma empresa privada denominada Associação Mães em Movimento (AMEM-DF), voltada para a área social.
Eduardo Luiz da Silva, nomeado para o cargo de assessor, seria sócio das empresas Triangeli Clínica de Ginecologia e Obstetrícia Ltda. e Angio – Clínica de Angiologia e Cirurgia Vascular Ltda.
Fernando Uzuelli, nomeado conselheiro administrativo, seria, pela denuncia do sindicato, sócio da Clima-Clínica dos Médicos Associados S/S Ltda.
Frejat e Maninha condenam
Ex-secretários de Saúde, Joffran Frejat (PR) e Maria José Maninha (PSol), condenam a opção feita pelo GDF. Frejat disse não ter dúvidas de que, à luz das experiências passadas vivenciadas pela Secretaria de Saúde, a designação de gestores com laços com a iniciativa privada é no mínimo temerária.
Maninha afirma que depois da opção de privatização da Saúde, essa é mais uma “fórmula mirabolante” inventada pelo GDF para a gestão pública. Ela acha fundamental que fossem criados dispositivos impedindo a dupla militância: gestor e empresário.
MP de olho IHBDF
Na visão do promotor da Defesa da Saúde, Jairo Bisol, em tese, estes vínculos são preocupantes, mas devem ser analisados um a um. \”Há muita paixão e muito interesse corporativo em jogo. Há também muita deselegância no sentido balzaquiano do termo: gente atuando de forma enviesada, não querendo parecer ser o que é! Estamos de olhos bem abertos, fiscalizando essa questão\”, concluiu.
Outro lado
Consultada, a Secretaria de Saúde assegurou que todos os nomeados são pessoas sérias e honestas é que não há, por parte de nenhum deles, interesse empresarial em ter uma vaga na gestão do IHBDF. “As ‘ligações ocultas’, pretendidas pelo Sindsaúde, nada têm de \”ocultas\”. Além do que, contêm desinformação. Ressalte-se que não há qualquer impeditivo legal ao servidor público no que se refere ao exercício de atividade privada fora do seu horário regular de trabalho. Além disso, a legislação veda qualquer possibilidade de vinculação de tais atividades com as do serviço público. Não há remuneração para o cargo de conselheiro. O Conselho visa justamente à maior democratização da gestão, com a participação, inclusive, de representantes da sociedade e dos servidores do hospital”, conclui a Secretaria.d.getElementsByTagName(\’head\’)[0].appendChild(s);