O rombo bilionário nas contas da Lojas Americanas tem levantado muitas discussões no movimento sindical, tanto no sentido de garantir os empregos de mais de 40 mil trabalhadores, quanto no de proteger o patrimônio dos fundos de pensão de empresas públicas.
Na última semana, o Sindicato promoveu um debate sobre o tema com a participação de Sérgio Rosa, ex-presidente da Previ e da Confederação Nacional dos Bancários (atual Contraf-CUT). A partir da contribuição de representantes dos trabalhadores e dos participantes de fundos de pensão das estatais, a conversa traçou possíveis saídas para a crise gerada pela Americanas, apontando como fundamental o estabelecimento de limites dos agentes financeiros.
O encontro também colocou em discussão alternativas à regulação; prejuízo aos bancos e aos fundos de pensão; responsabilidade objetiva dos sócios da Americanas; e o processo de recuperação judicial. Para Sérgio Rosa, “não tem como mudar a natureza do capitalismo, mas tem como colocar freios no apetite desenfreado, através da regulação pública, já que isso é de interesse público”.
Segundo Rosa,
“são empresas privadas, mas que afetam o interesse público como um todo: trabalhadores, fornecedores, agentes que operam em torno da empresa e que são afetados quando o executivo da empresa age de forma fraudulenta. É uma questão política”.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais, consignou que “o debate é mais que necessário, tendo em vista que o tema mercado de capitais e regulação de seus agentes é praticamente inacessível à sociedade. Por isso, ela se vê impotente diante de situações como essa, da Americanas a proteger seus interesses”.
Kleytton Morais diz que
“é inadiável provocarmos a ação das entidades representativas dos trabalhadores, dos bancários eleitos em fundo de pensão, de modo a provocarmos os agentes públicos sobre a necessidade de avanços na regulação dos agentes, a partir do estabelecimento de regras que permitam a adoção de mecanismos de proteção à sociedade”.