O governador Rodrigo Rollemberg e lideranças empresariais debateram saída para a crise. Foto: Divulgação
Um debate com a presença de 22 líderes empresariais e seis secretários do Governo de Brasília, quarta-feira (9), no andar executivo da sede do Grupo Ferragens Pinheiro, no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), pode ser o marco de uma mudança de atitude do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) em sua relação com o setor produtivo.
“O GDF está se sensibilizando com o grave problema da economia local. Vamos nos dar as mãos para que os empresários não se sintam tão desamparados a ponto de migrar para outras unidades da Federação, como Goiás e Minas Gerais”, avaliou Janine Brito, durante o jantar servido aos convidados após a rodada de discussões.
Rollemberg qualificou o encontro como positivo. E aproveitou para lembrar as dificuldades que enfrentou no seu primeiro ano no Palácio do Buriti. “Quando assumi, a situação era bem pior. O buraco de R$ 6 bilhões hoje caiu pela metade”, disse ele, prometendo acatar a sugestão de retomada do desenvolvimento a partir de incentivos à construção civil e ao turismo.
O governador frisou que 81% do orçamento do GDF são para gastos com pessoal [funcionalismo público].”Nosso maior desafio é recuperar a economia do DF, e tudo faremos nesta direção. Voltaremos a ouvir o setor produtivo”, disse.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista), Edson de Castro, reclamou que, “com a crise, muitas empresas estão deixando o DF para se instalar em cidades onde há incentivos. “Isso é grave porque os empregos e a arrecadação de tributos caem”. Para Castro, a não concessão de alvarás e habite-se determina a fuga de empresas. “A cadeia produtiva parou. Há mais de 2.200 lojas e 980 salas comerciais fechadas no DF, o que significa cerca de 12 mil pessoas desempregadas”.
O empresário Rafael Mena, do setor de turismo, disse que a taxa de ocupação de hotéis (existem 9.944 quartos na rede hoteleira do DF) caiu 20% desde 2014. O presidente da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Paulo Muniz, afirmou falta segurança jurídica para o habite-se. Ele sugeriu a criação de um Pacto de Governabilidade, visando a volta do desenvolvimento econômico
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Álvaro Silveira Júnior, sugeriu a criação de uma unidade do GDF para centralizar o recebimento e a liberação de todos os documentos para o comércio, o que, disse, vai agilizar a abertura de empresas.
Edson de Castro cobrou soluções para a falta de estacionamento no Plano Piloto e cidades-satélites. Outros empresários reivindicaram a redução de 3% para 1% do ITBI (Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis) para imóveis novos.
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