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O novo time de articulação política do governo fracassou nesta terça-feira, em seu primeiro teste, após a reforma ministerial. Após suspender por meia hora a sessão para análise dos vetos da presidente Dilma por falta de quorum, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), desistiu de retomar a votação hoje e marcou nova sessão do Congresso para as 11h30 desta quarta-feira. Mesmo com aliados do governo —como o novo ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera —, no plenário para arregimentar deputados para a votação, não houve quorum na Câmara.
Nos bastidores, líderes de partidos da Câmara se mobilizaram para não dar quorum na Casa, como forma de pressionar Renan a incluir na pauta do Senado a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permite a doação de empresas.
— A base entende a necessidade do governo em deliberar os vetos, a importância disso para o país, mas também defende a importância da conclusão da reforma política. Queremos que o governo também ajude nisso. A Câmara fez sua parte, o Senado também tem que deliberar, seja para aprovar ou rejeitar. O governo vetou a doação no projeto da minirreforma porque teve a decisão do Supremo, mas a PEC resolve isso — disse o líder do PR, Maurício Quintella Lessa (AL).
Na semana passada, com o apoio de líderes partidários, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou a estratégia de realizar sessões da Câmara para evitar que os vetos fossem apreciados como forma de pressionar Renan a incluir o veto de Dilma às doações empresariais. A pressão não surtiu efeito. Renan não cedeu. Desta vez, a estratégia é diferente. Cunha vem declarando que, por ele, não realizará nem sessões da Câmara para que haja a sessão do Congresso onde serão apreciados os vetos. Mas, sem quórum mínimo para deliberar, não há como prosseguir com a sessão.