Em mais uma manifestação contra o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), servidores foram às ruas para pressionar por reajuste salarial. A estimativa da Polícia Militar é de que 10 mil pessoas tenham participado do protesto, iniciado pela manhã. Os organizadores falam em 30 mil, entre membros de 21 sindicatos, que representam trabalhadores públicos de áreas como educação, saúde e segurança pública. Entre cartazes e palavras de ordem, os manifestantes pediam aumento de 8,17% e a saída do governador. A proposta apresentada pelo Executivo na semana passada é de 5%. Uma reunião entre secretarias e manifestantes terminou sem acordo.
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No ato de ontem, uma das faixas lembrava o protesto de 29 de abril, quando 200 pessoas — a maioria de professores — foram feridas por PM. “Era um estado muito engraçado, não tinha escola, só tinha estádio… Ninguém podia protestar, não, porque o governo sentava a mão!”, ironizava o texto. O Ministério Público do Paraná deve divulgar, até o fim da semana, relatório de inquérito que investiga se houve abuso na atuação dos policiais. O episódio resultou na queda do comandante da PM e do secretário de Segurança Pública.
Segundo o secretário de Fazena, Mauro Ricardo Costa, a situação financeira do estado exige medidas duras. De acordo com ele, as despesas com pessoal e encargos sociais dos servidores cresceram 76% entre 2010 e 2015. O secretário-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, afirmou que o reajuste possível é de 5%, e que não há chance de negociar com os servidores antes do fim da paralisação. “Qualquer outra negociação pode ser retomada com o fim da greve, sem intransigências”, afirmou.
Segundo o Fórum das Entidades Sindicais (FES), o aumento nos últimos cinco anos foi mais modesto, entre 11% e 14%. Vanda Santana, secretária-geral da APP-Sindicato, que representa os docentes do estado, afirma que a postura do governo é incoerente. “Ontem (segunda) publicaram nota falando que não iam nos receber e fizeram uma série de pressões. Duas horas depois, convocaram a reunião de hoje (ontem) e, quando a gente chegou, não havia nova proposta. É um governo que está batendo cabeça”, afirma.
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