O estudo foi coordenado pelo economista Thiago Rosa, de 26 anos, e venceu o 2º Prêmio Codeplan de Trabalhos Técnico-Científicos. Segundo a pesquisa, a diferença entre os dois grupos existe em todo o país, mas é ainda mais profunda no DF.
\”A gente sabe que tem um diferencial. A gente sabe, mais ou menos, o quanto que ele [funcionário público] vale dentro do DF, e seria necessário pesquisar quais aspectos levam a isso. Poder de barganha da categoria, disputa política, enfim, uma série de fatores que podem levar a esse diferencial salarial\”, afirma Rosa.
O presidente do sindicato que representa os servidores públicos distritais (Sindireta), Ibrahim Yusef, diz discordar do diagnóstico. Segundo ele, há carreiras que deixaram de ser \”atraentes\” no governo, justamente em função de baixos salários.
\”Hoje, o nível do concurso é de uma exigência muito alta. Então, você não consegue também manter quadro de pessoal dentro do governo porque existem outras áreas, dos poderes Legislativo e Judiciário, em que os salários são muito mais atrativos que os do Executivo.\”
Um gráfico montado por Rosa (veja vídeo acima) com valores atualizados – ou seja, sem o impacto da inflação – mostra a evolução dessa diferença entre a iniciativa privada e a administração pública. Em 1992, o salário médio do setor privado era de R$ 1.873, e o do setor público, de R$ 4.536, valor 142% maior.
A diferença começou a aumentar em meados dos anos 2000 e atingiu um pico no ano passado. Em 2016, a media salarial privada era de R$ 1.672, e a do setor público, de R$ 6.842. Os dados revelam uma disparidade de 309%, mas a porcentagem foi corrigida para a margem de 55% a 77% com base em fatores demográficos.
\”Pelos resultados encontrados, caso os salários dos servidores estaduais [distritais] fossem pagos de acordo com os salários do setor privado, as despesas com pessoal poderiam ser reduzidas em, pelo menos, 50%\”, diz o estudo.
O pesquisador ressalva que, no caso das firmas privadas, os salários podem reproduzir discriminações sexuais e de raça que \”não devem ser reproduzidas em qualquer mercado de trabalho\”.
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