A G4F Soluções Corporativas Ltda, empresa terceirizada do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), demitiu o funcionário Renan da Silva Sena, que xingou profissionais da Saúde e chegou a cuspir numa enfermeira durante um ato realizado sexta-feira (1º) na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Renan aparece em vídeos publicados em várias redes sociais agredindo manifestantes. No Ministério da Mulher, comandado por DamaresAlves, ele ocupou a função de analista de projetos do setor socioeducativo. A G4F tem um contrato de R$ 20 milhõescom o MMFDH para prestar serviços nas áreas de apoio administrativos e operacional.
Bolsonarista, o agora ex-servidorusa as redes sociais para apoiar o presidente da República. Na segunda-feira (4), internautas repudiaram o ato em seu perfil no Facebook. Havia comentários do tipo “Ameaçar mulher é fácil, né, covarde?”. Uma das publicações teve mais de 50 mil comentários.
O ministério publicou nota informando que Renan Sena não faz mais parte da equipe de prestadores de serviços terceirizados da pasta. “O ex-colaborador não possui qualquer acesso à rede de dados nem às informações internas do órgão desde a sua saída”, diz o texto.
Renan foi contratado em 5 de fevereiro como prestador de serviços terceirizado, após processo seletivo realizado pela G4F. Explicou que a empresa seleciona os profissionais com base nos critérios técnicos definidos pelo ministério no termo de referência no qual a contratação foi baseada.
Ele atuava como assistente técnico administrativo na Coordenação-Geral de Assuntos Socioeducativos, onde cumpriu as tarefas demandadas até 7 de abril. Desde então, o servidor estava em trabalho remoto devido às medidas de isolamento social adotadas no Distrito Federal e “deixou de responder todas as tentativas de contatos telefônicos e e-mails da unidade”, informou o ministério.
Diante disso, a pasta diz que imediatamente informou à empresa G4F sobre a ausência de Renan. “A empresa conseguiu o contato em 23 de abril. O MMFDH solicitou a substituição do funcionário no mesmo dia. Prontamente, a empresa G4F deu início aos trâmites legais necessários à efetivação da rescisão contratual, que foi concluída no último dia 4 de maio, com a substituição do prestador de serviço terceirizado. O substituto, inclusive, já começou a trabalhar. O ministério já dava o assunto por encerrado”.
“Por fim, o MMFDH ressalta que repudia qualquer ato de violência e agressão, principalmente contra profissionais de saúde em um momento que eles devem ser ainda mais respeitados e valorizados”.
Além de Sena, uma mulher, que tinha uma bandeira do Brasil nas mãos, identificada como Marluce Gomes,aparece xingando os profissionais. Elaé de Tocantins e tem 44 anos. Dona de uma empresa de eventos em Palmas (TO), Marluce excluiu as redes sociais após o fato. Nesta terça-feira (5), a mulher esteve no Palácio da Alvorada, onde conversou com o presidente Bolsonaro, do lado de fora da residência oficial.
Uma terceira pessoa envolvida é um influenciador de direita. Morador de Goiânia, ele tem 38 anos e chegou a Brasília na sexta-feira (1º) para participar dos atos a favor do presidente no domingo (3). O homem postou inúmeros vídeos da estadia dele na capital, mas não mencionou o episódio.