Identificado pela polícia como serial killer, o vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha passou por um novo julgamento nesta segunda-feira (23/5). Desta vez, ele foi condenado a 26 anos de prisão pelo assassinato da jovem Ana Lídia Gomes. Foi a nona condenação de Tiago por homicídio. Somadas as penas, ele já acumula 218 anos de prisão.
Ana Lídia tinha 14 anos quando foi morta com um tiro no peito, enquanto esperava o ônibus em uma parada no Setor Cidade Jardim, em Goiânia. No entendimento do juiz Eduardo Pio, que presidiu a sessão, o crime ocorrido em agosto de 2014 foi duplamente qualificado. Além da motivação torpe, houve impossibilidade de defesa da vítima. “A reprovabilidade deve ser considerada elevadíssima, já que o réu escolheu a adolescente aleatoriamente, em via pública, efetuando quatro disparos”, afirmou o magistrado.
Como fez nos outros julgamentos, Tiago não compareceu à sessão. Em sua defesa, o advogado Hérick Pereira de Souza tentou remover as qualificadoras do crime, argumentando que “um serial killer, assim como a polícia o denominou, não age com motivação, então, não há torpeza. Ausência de motivo não é a mesma coisa de motivo torpe ou fútil”. Sobre a impossibilidade de defesa da vítima, o advogado alegou que a adolescente não foi pega de surpresa. “Tiago Henrique a abordou pela frente. Parou a moto, desceu e se dirigiu à garota. Ela viu a aproximação e, ainda, tentou esboçar uma reação de defesa, ao colocar a mão no peito”, afirmou.
A defesa tentou ainda usar a tese de que faltaram exames médicos para uma análise psicológica de Tiago, que foi diagnosticado com transtorno de personalidade antissocial – distúrbio popularmente conhecido como psicopatia. A acusação, porém, rebateu essa versão. “Ele deve e pode ser responsabilizado. Não há tratamento para um psicopata, a punição não o intimida. Não há manifestação de nenhuma outra doença mental no réu. Diferente de um paciente com esquizofrenia ou outra doença, os crimes não foram cometidos em momentos de delírios ou surtos”, ponderou o promotor Maurício Gonçalves de Camargos.
Tiago é acusado de ter matado mais de 30 pessoas. O vigilante já é réu em 24 processos. Outros dois estão em fase de inquérito. Há ainda mais um que tramita na 1ª Vara Criminal de Goiânia. No próximo mês, ele passará por mais três julgamentos. Além dos homicídios, Tiago também já foi condenado duas vezes por roubo e uma por porte ilegal de arma.