Em discurso na Câmara dos Deputados, o senador Sergio Moro (União-PR) comparou a vida de portadores de doenças raras a “tragédias climáticas” e afirmou que essas pessoas têm “sensação de certa desolação e sentimento de injustiça” por conta de sua condição de saúde. A declaração foi dada nesta terça-feira (14), quando participava de uma sessão solene solicitada pela sua esposa, a deputada federal Rosangela Moro (União-SP).
“Às vezes a vida parece injusta, a natureza parece injusta. E imagino que alguém que descubra ou tenha um parente acometido por doença rara tenha uma sensação de certa desolação e sentimento de injustiça. Existe a tendência de achar ‘por que a natureza é cruel? Por que Deus permitiu isso comigo?”’, disse o ex-ministro do governo Bolsonaro. O objetivo do evento, segundo o requerimento apresentado por Rosangela Moro, era “homenagear todos os portadores de doenças raras, suas famílias, além dar visibilidade à causa e a luta por equidade”.
Em outra manifestação capacitista, Sergio Moro ressaltou que os cerca de 13 milhões de brasileiros diagnosticados com enfermidades raras “não têm condições de julgar a natureza”. “A gente não conhece os caminhos de Deus. São fatos que acontecem e a gente não tem como avaliar quais esses desígnios por trás de tragédias que reverberam nas vidas humanas”, completou.
Segundo o Ministério da Saúde, o número exato de doenças raras não é conhecido, mas já foram detectados mais de 7 mil tipos diferentes em todo o mundo. A estimativa é que 80% delas decorrem de fatores genéticos. Essas enfermidades não têm cura e geralmente são crônicas, progressivas e incapacitantes, podendo ser degenerativas e, também, levar à morte. Hoje, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza serviços para tratamento dos sintomas, prevenção, diagnóstico e reabilitação, mas a oferta é considerada insuficiente.