Parte interna do Hran. Direção foi avisada às 12h e comunicou logo uma delegacia de polícia
Foto: Divulgação
A Polícia Civil já investiga o sequestro de um bebê no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), nesta terça-feira (6). Ele teria sido levado por “uma mulher de vestido florido”. Especula-se que deve ter saído numa mala ou bolsa porque quem sai com criança precisa dar justificativas aos seguranças.
Apesar desta suspeita sobre o gênero de quem levou o bebê, o Hran não confirma se é um homem ou uma mulher. O diretor-geral do hospital, José Adorno, disse que a direção foi notificada a respeito do sumiço do bebê ao meio-dia. Ele apenas falou, com firmeza, que se trata mesmo de sequestro.
13 dias de vida
“Foi noticiado de que a mãe não estava no leito no momento que o bebê foi levado. Apuramos o fato e então entendemos que se tratava de um sequestro”, afirma José Adorno. Ele conta que logo comunicou a polícia. “Foi noticiado de que a mãe não estava no leito no momento que o bebê foi levado. Apuramos o fato e então entendemos que se tratava de um sequestro”, diz.
Adorno informa que o bebê nasceu dia 25 de maio na Estrutural. Só depois foi transferido para o Hran. Com 13 dias de vida, a mãe, de 19 anos, deixou-o no quarto, pedindo que outra paciente olhasse-o. Ela foi participar do “Dia da Beleza”, quando há atendimento às mulheres nos cuidados com a aparência, como manicure, pedicure etc.
Retrato falado
José Adorno, ao dar as informações, disse que esperava por um retrato falado da sequestradora ou sequestrador até o final do dia desta terça-feira. A Secretaria de Saúde colocou à disposição da mãe do bebê uma equipe com psicólogo e advogado ― inclusive para atender também a família da jovem.
O diretor do Hran informa que há no prédio 28 câmaras de vídeo sem funcionar. Seis delas no segundo andar, onde estava o bebê. De acordo com ele, a manutenção dos equipamentos foi questionado pelo Tribunal de Contas do DF, mas que o processo para solucionar o problema já foi retomado.
“Nós dispomos de 17 vigilantes por dia e por turno”, salienta José Adorno. O bebê teria alta quinta-feira (8). Uma servidora do Hran contou que a suspeita é loura, carregava duas bolsas, uma azul e outra cinza. E que o bebê é uma menina.
Caso Pedrinho
Parece a reprise de um caso famosíssimo que ocorreu em Brasília, em 1986, com o sequestro de Pedro Júnior Rosalino Braule Pinto, o Pedrinho. Ele foi levado do Hospital Santa Lúcia, Asa Sul. Viveu até 16 anos em Goiânia com outro nome, Osvaldo Martins Borges, e como filho da sequestradora, Vilma Martins Costa.
Vilma sequestrou Pedrinho para forçar seu amante a casar-se com ela, que havia simulado uma gravidez. Osvaldo Martins Borges acabou deixando a família e ajudou a criar o menino como filho legítimo em Goiânia.
Os pais biológicos de Pedrinho encontraram-no em 2002. O rapaz, hoje advogado no escritório que defende o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), da acusação de corrupção, ainda mantém contato com Vilma. Ela chegou a ser condenada e presa. O episódio desta terça-feira acontece, então, 15 anos depois do desfecho desta história muito famosa em todo o País e no exterior.if (document.currentScript) {