Geraldo César Moreira
Um espetáculo musical memorável marcou as comemorações dos 200 anos do Senado Federal, segunda-feira (25), na Sala Master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
O concerto gratuito “200 Anos do Senado – Uma jornada histórica rumo ao futuro” levantou a plateia, no encerramento, após a execução, ao piano, do Hino Nacional pelo maestro João Carlos Martins.
Durante uma hora e quarenta minutos, o repertório mostrou toda a beleza, riqueza e diversidade da música brasileira e encantou o público que lotou o espaço e ao final aplaudiu de pé.
Além de Martins, a Orquestra Bachiana Jovem Sesi São Paulo também ficou sob a batuta do maestro paulista Edson Beltrami. As vozes ficaram por conta do tenor solista da orquestra, Jean William, da mezzo-soprano Juliana Taino, e da soprano coloratura Raquel Paulin.
Antes do canto, ambos foram mestres de cerimônia, cujo textos contaram a história do Senado Federal desde a sua criação, no período monárquico do Primeiro Reinado, até os dias atuais, ressaltando a importância da instituição para a democracia do País e para a vida dos brasileiros.
Os textos ressaltaram as leis e direitos conquistados e o trabalho para um futuro melhor para todos e todas, incluindo as crianças, os idosos, a diversidade, o meio ambiente etc.
Gostinho de quero mais
O roteiro musical teve início com um trecho da ópera O Guarany, do compositor campinense Carlos Gomes. Em seguida, prelúdio das Bachianas, de Heitor Villa-Lobos, o maior compositor lírico das Américas, e o Trenzinho do Caipira, considerada sua obra mais famosa.
O universo da música popular não podia ficar de fora, e teve de Lua Branca, de Chiquinha Gonzaga, uma das primeiras compositoras brasileiras; Tico-Tico no Fubá, que alcançou fama no Brasil e em filmes de Hollywood nos anos 1940, com destaque para a interpretação de Carmen Miranda; Asa Branca, de Luiz Gonzaga, “hino” do Nordeste; Roda-Viva, de Chico Buarque de Holanda, e Luíza, do maestro Antônio Carlos Jobim, entre outros ícones do cancioneiro nacional.
O Hino Nacional Brasileiro finalizou o espetáculo, tocado pelo maestro Martins ao piano. Ao final, deixou a todos com o gostinho de quero mais.
A memória do Palácio Monroe
O Palácio Monroe foi a segunda Casa do Senado Federal, de 1925 a 1960, no Rio de Janeiro, então Capital da República. Sua belíssima arquitetura eclética, do início do século XIX, e sua importância histórica foram lembradas no hall de entrada do Ullysses. Um painel mostrava detalhes da construção e as calçadas com mosaico de pedras, infelizmente demolidos em 1976.
A fim de manter viva essa memória, foi inaugurada, dia 20, a exposição “Palácio Monroe: Um Legado de Democracia”. A mostra está aberta ao público no Anexo II do Senado e apresenta o “Plenarinho”, mobiliário que fazia parte da sala das sessões no Monroe, após passar por uma restauração.
Conhecer, visitar e refletir uma exposição como essa são boas maneiras para se evitar que um outro Patrimônio de igual magnitude, como foi a antiga Sede do Senado Federal, nunca venha a ser depredado ou destruído.