Na longa entrevista do guru de Abadiânia, João de Deus, na edição dominical do Correio Braziliense, à certa altura o famoso médium se transforma em cabo eleitoral, ao se referir ao juiz que preside a operação Lava-Jato:
“Se Sérgio Moro sair candidato à presidência da República, vocês vão ver o que vai acontecer. Ele traz esperança. Ele faz o que é necessário, ele age na correção e não teme as perseguições. Ele é um homem que estudou, que sabe a importância da educação que a família deu para ele, que sabe reconhecer valores. A Presidência não é para qualquer um. Ele tem estudo, é um homem respeitável e honesto. O Moro está sendo orientado por Deus!”
É mais do que óbvio que Sérgio Moro, para chegar à magistratura, estudou e se formou em Direito na Universidade Federal de Maringá, aliás, como tantos outros jovens brasileiros, presumivelmente também respeitáveis e honestos -, mas que nem por isso representam, com seus diplomas, candidatos ideais à próxima eleição presidencial, em 2018.
A propósito, segundo o cientista político e professor universitário Luiz Alberto de Moniz Bandeira, autor de mais de 20 obras sobre Geopolítica Internacional, em declaração publicada no Jornal do Brasil, em 3 de dezembro de 2016, afirma:
“O juiz Sérgio Moro preparou-se em 2007, em cursos promovidos pelo Departamento de Estado americano. Em 2008, ele participou de um programa especial de treinamento na Escola de Direito de Harvard. Em outubro de 2009, participou de conferência regional sobre “Illicit Financial Crimes” (Crimes Financeiros Ilícitos), promovida no Rio de Janeiro pela embaixada dos Estados Unidos”.
Na mesma entrevista ao JB, Moniz Bandeira estende considerações a Michel Temer:
“O atual presidente da República não governa e segue, apenas, as coordenadas do seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, representante do sistema financeiro internacional, cujo propósito é jogar o peso da crise econômica sobre os assalariados, para favorecer os rendimentos do capital financeiro, especulativo, investido no Brasil!”
Como é fácil concluir, com certeza João de Deus ouviu o seu guia espiritual (o Dr. Fritz), que é alemão e não entende lhufas de política brasileira.}