A adesão de Rodrigo Rollemberg ao movimento “Fora, Temer” pode trazer graves consequências para o Distrito Federal. A avaliação, com exclusividade para o Brasília Capital, é do presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT). Para o deputado, a forma como o governador anunciou a decisão foi inadequada. “Ele fez um discurso como se sempre estivesse contra o governo. Agora, se o presidente não cair, Brasília vai sofrer”, completou o distrital.
A nova postura de Rollemberg em relação ao Palácio do Planalto foi assumida no sábado (20), durante reunião da Executiva Nacional do PSB. O partido, que tem 33 deputados federais e três senadores, desembarcou da base de apoio de Michel Temer (PMDB) e passou a defender sua renúncia como forma de resolver a crise do País.
“Sou militante histórico do PSB e acompanhei as decisões emanadas de sua direção nacional. O País vive uma crise institucional sem precedentes, e as forças políticas, sociais e econômicas devem trabalhar no sentido de resolvê-la no menor prazo possível, sempre respeitando a Constituição”, diz a nota publicada pelo chefe do Executivo local no mesmo dia.
No Palácio do Buriti, assessores próximos do governador discordam de Joe Valle. “O governo federal tem suas obrigações com o DF. Não existe expectativa de nenhuma paralisação de obra, nenhum impacto”, disse um integrante do GDF. “Rollemberg acompanhou a decisão do PSB. Não significa rompimento de relacionamento institucional”, disse.
Renúncia – Rollemberg adotou o discurso do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que sugere a renúncia de Temer “o mais rápido possível”, para “facilitar a solução” da crise vivida pelo Brasil. Mas o governador não acredita que seu posicionamento de acompanhar a decisão da legenda paralise obras bancadas com recursos da União no DF.
Ele parte do pressuposto de que a postura do PSB no campo político não interferirá em convênios já firmados com o governo federal, como também seria impensável alguma forma de retaliação com recursos do Fundo Constitucional, que atualmente destina aproximadamente R$ 16 bilhões por ano ao DF. Trata-se, neste caso, de repasses automáticos.
Obrigações – O auxiliar de Rollemberg relembrou que o PSB já queria romper com o governo Temer. Quando houve essa percepção de que a legenda era incompatível com os rumos da administração federal, a bancada na Câmara dos Deputados ficou dividida. Mas acabou prevalecendo a decisão posterior (de afastamento) apoiada pelo governador.
“É o único partido que Rollemberg teve na vida”, afirmou o auxiliar, para realçar a condição do governador de militante histórico da legenda. Então, prevalece no Governo de Brasília a impressão de que o Planalto não terá nenhum tipo de comportamento que atropele as relações institucionais entre as duas administrações.d.getElementsByTagName(\’head\’)[0].appendChild(s);