Vanessa Galassi, do Sinpro-DF
A decisão dos (as) professores (as) e orientadores (as) educacionais pela greve, após inúmeras tentativas de negociação, revelou que estamos diante de um governo intransigente, que, em vez de dialogar, judicializa; em vez de escutar, ameaça; em vez de reparar, quer cortar ponto e aplicar desconto em salários. Que transforma um direito constitucional em caso de tribunal. E o tribunal, que deveria ser um lugar de justiça, vira algoz.
No sábado (31/5), a desembargadora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Lucimere Maria da Silva, manteve a punição injusta e imoral contra a greve do magistério público. Ela não só negou recurso do Sinpro para garantir a legalidade da paralisação como utilizou do próprio cargo para obrigar o sindicato a publicar em seus meios de comunicação a decisão absurda que vai ao encontro dos propósitos e do GDF.
Ao se debruçar em planos macabros que visam à desmoralização do Sinpro, o governo e a desembargadora Lucimere Maria da Silva tentam tirar de professores (as) e orientadores (as) educacionais o direito de resistir. Querem destruir a representação política da categoria, sustentada com o dinheiro dos (as) professores (as) e orientadores (as) educacionais.
Na decisão publicada às pressas pela desembargadora – que deve também a professores (as) a profissão que hoje exerce –, fica ainda evidente que, entre os objetivos que antecedem a publicação da peça, está a investida na apropriação do dinheiro da categoria do magistério público. A sentença diz que, caso haja descumprimento da ordem judicial, a mensalidade sindical dos (as) filiados (as) ao Sinpro deverá ser retida e depositada em conta judicial vinculada ao processo. Para onde irá esse dinheiro após o fim dessa história de terror, é uma incógnita.
O GDF quer silenciar o magistério público e impedi-lo de exercer o direito de greve. Mas ele talvez desconheça a nossa força e da nossa história. Parafraseando a canção “Recado”, de Gonzaguinha, que fala da resistência e do desafio à censura e à opressão da época da ditadura militar no Brasil, “se mandar calar, mais nós falamos”. Porque o Sinpro é a ideia de um Distrito Federal onde todos possam, de fato, exercer o direito humano à educação pública de qualidade. E ideias são indomáveis!