Fernanda Sampaio (*)
Ancestrais são todos aqueles que vieram antes. No Brasil gozamos a honra de termos no sangue várias linhagens. Os donos desta terra pátria eram os índios, quando os europeus chegaram. Os negros africanos foram trazidos como escravos. Outros povos também vieram para cá em busca de sua liberdade.
É de toda essa miscigenação que nós, brasileiros, recebemos como herança genética em um país onde não cabem preconceitos ou julgamentos. Inúmeros erros foram cometidos no passado, e muitos acertos também. De qualquer forma, estamos aqui hoje, graças a toda essa história vivida, graças aos nossos ancestrais que nos deram a vida.
Primeiro, devemos aceitá-los como pertencentes a nós mesmos, independentemente de nós gostarmos ou não de suas histórias. Aceitar a nossa ancestralidade paterna e materna significa ter autoestima. Quando rejeitamos qualquer um dos lados, a nossa autoestima não pode existir. Rejeitar os nossos ancestrais é como rejeitar a nós mesmos. Aceitá-los é respeitar os 100% deles que existem em nós.
Aceitando-os, podemos devolver o que é deles e carregar só o que é nosso. Muitas vezes carregamos dívidas, dores, culpas, padrões dos nossos ancestrais e somamos com a de nossa história pessoal. Não sabemos que o que inviabiliza ou dificulta a nossa caminhada, em muitos casos, são esses pactos que fazemos de forma inconsciente.
Para que possamos escolher de forma diferente, precisamos, antes, devolver-lhes o lugar de direito. Na hierarquia, nossos ancestrais estão numa escala superior, pois chegaram antes e fizeram o que foi possível dentro de suas possibilidades e conhecimentos. Devemos respeitar e honrar isso.
O objetivo sempre foi o de abrir e facilitar o caminho para nós, como um rio que flui sempre na direção que deve seguir: em frente. Aprisionarmo-nos ao passado é impedir o nosso próprio crescimento. Compreender isso e aceitar o destino dos nossos ancestrais nos permite que sejamos donos do nosso próprio destino, com a sabedoria de escolher um novo caminho.
É necessário fazer diferente e abrir novas possibilidades para as próximas gerações da nossa árvore de amor. Porque, no fim, a nossa maior herança é o que de melhor podemos deixar: o amor.
Obrigado, ancestrais, por me darem a vida. Hoje, eu a tomo para mim!
(*) Psicóloga, Psicodramatista, Terapeuta Sexual, Palestrante, Especialista em Brainspotting e EMDR.
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