Da redação
Quem não se lembra do tempo em que o brasileiro tinha a mesa farta; pagava R$ 2,50 pelo litro da gasolina; convivia com uma inflação de 0,8% ao mês; observava a geração de emprego em alta constante (de 2003 a 2015 foram gerados mais de 22 milhões de postos formais de trabalho); vivia num país democrático, de respeito e tolerância entre todos, sem falar de outros fatores que faziam do Brasil um país respeitado no exterior e feliz para se viver? Tudo isso faz parte de um passado recente, mas que foi praticamente pulverizado por uma política privatista, intolerante, antissocial e inconsequente praticada pelo atual governo federal.
O que temos como saldo em pouco mais de três anos de governo de Jair Bolsonaro é a disparada dos preços e uma grande falta de perspectiva para a população brasileira e para o mercado exterior, que não vê o país como um bom lugar para se investir. Se os preços estão nas alturas, a culpa é de Bolsonaro! Em janeiro de 2019, o litro da gasolina era vendido por R$ 4,26 em grande parte do Brasil. Pouco mais de três anos depois, já pagamos R$ 7,68, de acordo com levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O litro do diesel foi de R$ 3,437 para 5,814 – alta de 69,1%. O botijão de gás de 13 kg saltou de R$ 69,26 para R$ 102,42 (47,8%).
Nesse período, a inflação medida pelo IPCA (IBGE) ficou em 21,86%. Ou seja, os aumentos da gasolina superam quase 2,6 vezes a já elevada inflação oficial. Outro ponto que infelizmente explodiu os valores foi o dos alimentos. Em um ano de pandemia (março de 2020 a fevereiro de 2021), a inflação sentida pelas famílias brasileiras mais pobres foi de 6,75%. Essa taxa representa o dobro do impacto para as famílias mais ricas, de 3,43% no período, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de inflação por faixa de renda.
A disparada no preço dos alimentos impacta mais os mais pobres, cujas famílias gastam cerca de 25% do orçamento com alimentos em domicílio, enquanto os mais ricos gastam menos de 10% nessa categoria. O número de desempregados é outro fator que tem desesperado os brasileiros. Segundo economistas, o desemprego continuará em alta, seguindo ao redor dos 13%, mantendo a triste média de 15 milhões de desempregados.
O índice é desesperador para a expectativa de crescimento econômico e retrata a realidade vivida hoje no Brasil. Sem emprego, aumenta-se a fome, a pobreza, a carestia e a desigualdade social. Aí bate aquela saudade do tempo em que o brasileiro tinha mesa farta e gasolina a R$ 2,50!