Recomendo a leitura da crônica de Fernando Pinto, na página 9 do jornal Brasília Capital. O que pode parecer uma despedida é, na verdade, mais uma lição de coragem e grandeza deste ícone do Jornalismo brasileiro, que há quatro anos enriquece as edições deste semanário com seus textos maravilhosos.
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Aos 89 anos bem vividos, Fernando está acamado por uma pneumonia que ataca seus dois pulmões. E escreve sobre a possibilidade de estar passando seus últimos dias nesta vida, embora tenha a confiança de médicos, amigos e familiares de que ainda não será desta vez que nosso mestre partirá desta para a melhor.
Do leito do hospital onde está internado, ditou a crônica para sua filha Fernanda. O e-mail chegou à redação na manhã de quarta-feira (5). Orgulhosamente, o velho repórter cumpriu sua pauta bem antes do deadline. E emocionou a todos. Ninguém admite a possibilidade de ele estar certo em sua premonição.
No final do expediente, juntei-me ao meu filho Gabriel e fomos visitá-lo. Que delícia! Fernando estava sentado numa cadeira recebendo os cuidados de duas das enfermeiras que cita em sua crônica, de sua Lêda, companheira de todas as horas, a quem só chama de “meu amor”, e com ar de quem ainda tem muita lenha pra queimar entre nós.
Contou antigas histórias de sua vastíssima experiência de repórter, fez planos para os próximos textos que pretende enviar para o jornal e prometeu procurar o editor de sua autobiografia, que está “no prelo” e cuja entrega está atrasada. Sempre com a ressalva: “se eu sair dessa”.
Aqui na Redação ninguém tem dúvidas de que ele sairá. E estamos esperando, ansiosos, a próxima crônica, cujo título ele já nos antecipou naquele prazeroso encontro de fim de tarde num quarto de hospital: “Eu voltei, agora pra ficar”, inspirado na canção do Rei Roberto Carlos.
Sai dessa, Fernando! Você é o nosso rei.