O Comitê Paralímpico Internacional (CPI) decidiu excluir os atletas russos das qualificatórias mundiais, colocando em risco a participação do país nos Jogos Paralímpicos de Inverno, em 2018, em Pyeongchang (Coreia do Sul).
Às vésperas da Rio-2016, em setembro, o órgão excluiu a equipe da Rússia dos Jogos Paralímpicos no Brasil, após a publicação de um relatório sobre o suposto esquema de doping ligado ao governo russo. O CPI já havia suspendido a associação do Comitê Paralímpico Russo (CPR) ao órgão mundial em 7 de agosto.
Em 21 de novembro, o CPI informou o CPR sobre os critérios para readmissão à organização, incluindo plena conformidade com todos os requisitos do sistema mundial antidoping; apoio ao trabalho das organizações internacionais antidoping; e expulsão do CPR de qualquer pessoa que tenha sido flagrada em exames antidoping. O CPI também exige que os oficiais russos sejam excluídos da liderança do comitê nacional.
O comitê russo criticou, porém, alguns desses critérios. As partes se reuniram para discutir o tema em meados de dezembro, em Bonn (Alemanha). Segundo o presidente o CPR, Vladimir Lukin, a organização russa enviou, em 11 de janeiro, um roteiro próprio para solucionar as questões apontadas. No entanto, os comitês não chegaram a um entendimento.
Portas abertas – Pouco após o anúncio da decisão, feito em 29 de janeiro, o comitê internacional alegou que o CPR ainda não havia cumprido os critérios necessários à sua readmissão no órgão. Segundo o CPI, “as portas não estão fechadas” à Rússia. Se o comitê russo continuar colaborando com o COI, a adesão poderá ser restabelecida antes de 2018, e os atletas russos participarão dos Jogos de Pyeongchang.
Em comunicado de imprensa, o órgão russo disse ter esperanças. “O CPR continuará treinando os atletas russos com deficiência para os Jogos Paralímpicos de Inverno”, disse o comitê, citado pela agência Tass.
Mas o especialista em direito Aleksei Karpenko acredita que os Jogos ocorrerão sem a Rússia, a menos que os atletas sejam readmitidos em breve para as qualificatórias.
“Perseguição” – Em comentários à agência de notícias R-Sport, Vladimir Lukin criticou a decisão. “Todos os atletas, culpados ou não, ainda estão impedidos de competir, e ainda não nos disseram os nomes dos culpados”, disse o presidente do CPR.
Além disso, segundo o dirigente, o órgão internacional não respondeu às propostas da Rússia apresentadas em seu roteiro. “O CPI está deliberadamente assumindo uma política mais dura em relação à Rússia do que o COI (Comitê Olímpico Internacional), e, mesmo assim, o número de atletas olímpicos russos flagrados usando doping é muitas vezes maior do que o número de paralímpicos nessa situação”, afirma Karpenko.
Para o advogado, as “relações pessoais hostis” entre a administração do CPI e as organizações russas pesaram nas últimas decisões.
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