O diretor da Andrade Gutierrez, Rodrigo Ferreira Lopes da Silva, em delação premiada, afirmou que um interlocutor do deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF) pediu propina de R$ 12 milhões. O valor pedido era referente a obra do Estádio Nacional Mané Garrincha, que custou 1,6 bilhão aos cofres públicos.
Segundo a delação, um homem – que não recorda o nome – de fisionomia calva e clara foi ao escritório da Andrade e se apresentou como o interlocutor de Rosso, então governador do Distrito Federal.
Posteriormente, Rosso teria indicado André Motta, que trabalhava na área de Parceria Público Privada do GDF, como interlocutor para tratar do andamento da licitação do estádio, em uma reunião na casa do parlamentar.
“André Motta solicitou propina no valor de R$ 500 mil; Que em 2011, após a assinatura do contrato, foi feito esse pagamento ao interlocutor do então ex-governador, Andre Motta, em espécie, mesmo Rosso tendo deixado o governo do DF, que o pagamento foi feito porque Rosso deu seguimento a obra, conforme combinado”, disse.
Outro lado
Rogério Rosso usou as redes sociais para falar do “constrangimento” e da “indignação” no esquema de pagamento de propinas na obra do Estádio Nacional Mané Garrincha. Segundo ele, em 2010, quando entrou no governo, a licitação já estava em análise e, depois, foi autorizada pelos órgãos de fiscalização. O deputado afirmou que a execução da obra aconteceu apenas em 2011, quando assumiu o governador Agnelo Queiroz (PT).
“Fui caluniosamente mencionado por um delator que disse que uma terceira pessoa teria solicitado vantagem indevida em meu nome. Nunca tive nenhuma relação com qualquer um desses delatores e nunca recebi qualquer doação eleitoral dessa empresa ou de qualquer outra integrante do consórcio que construiu o Estádio de Brasília”, disse.