Preso desde 2019, o ex-policial militar Élcio de Queiroz confessou, em delação premiada – após 40 dias de negociações com a Polícia Federal e com o Ministério Público do Rio de Janeiro – que o ex-policial reformado Ronnie Lessa foi o autor dos disparos que mataram a ex-vereadora Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes.
Ronnie Lessa também está preso junto com Élcio de Queiroz, e ambos serão julgados pelo
Tribunal do Júri, em data ainda não confirmada. Porém, no depoimento já homologado pela Justiça, Élcio confessou que dirigiu o Cobalt prata usado no ataque e afirmou que Ronnie fez os disparos com uma submetralhadora contra Marielle e Anderson.
Outro detalhe confirmado por Élcio é que o ex- bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, fez campanas para vigiar a vereadora e participaria da emboscada, mas acabou trocado por ele. Suel que foi preso pela primeira vez em março de 2018, ainda no início das investigações, voltou a ser detido nesta segunda-feira (24), no Rio de Janeiro, no âmbito da Operação Élpis.
Em 2021, o ex-bombeiro Suel foi condenado a quatro anos por atrapalhar as investigações, mas cumpria a pena em regime aberto. Ele havia sido preso em 2020 pela Operação Submersos II. Segundo o MPRJ, Maxwell era o dono do carro usado para esconder as armas que estavam em um apartamento de Ronnie Lessa. O ex-bombeiro
também teria ajudado a jogar o armamento no mar.
Após a confissão de Élcio de Queiroz, a expectativa dos investigadores é de que, como “efeito cascata”, Ronnie Lessa e Suel também façam acordos de delação premiada e revelem, finalmente, quem mandou matar Marielle Franco.