Há poucos dias, Brasília padeceu sob o jugo do Tribunal de Contas da União, que determinou a devolução ao governo federal de valores relativos à contribuição previdenciária de servidores da Segurança Pública da Capital da República (pagos com recursos do Fundo Constitucional do DF). Restituído de forma retroativa, esse montante chegaria a R$ 10 bilhões. O GDF recorreu e, pelo menos por ora, está desobrigado de fazer tal pagamento. Preventivamente, porém, congelou investimentos e salários de servidores locais, em prejuízo à economia local.
Mal se restabeleceu do susto, o contribuinte brasiliense passa a conviver com a notícia de que forças políticas de outras unidades federativas se organizam para tentar retirar partes do FCDF. A ação mais contundente é capitaneada pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, usando como flecha o deputado federal José Nelto (Pode-GO), seu aliado. Querem dar uma garfata em 20% do Fundo (R$ 2,8 bi).
O que se questiona é se esses políticos não compreendem a importância da Capital. Por que não buscam alternativas para aumentar a arrecadação em seus estados, em vez de, como corvos, mirarem dia e noite naquilo que, por direito, é de Brasília. Serão eles movidos tão somente por sentimentos, como a inveja e a cobiça?