O governador Rodrigo Rollemberg vai encaminhar durante a semana à Câmara Legislativa uma proposta de orçamento para 2016 com uma previsão de déficit de R$ 3,5 bilhões. Isto representa 10% de todos os recursos movimentados pelo GDF no ano. Para se ter ideia, o déficit de R$ 31 bilhões previsto no orçamento da União apresentado pela presidente Dilma Rousseff equivale a menos de 1% do PIB brasileiro. Ou, seja, a crise na capital da República é, no mínimo, dez vezes pior do que na área federal.
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Não há mágica
O chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, só vê dois caminhos para minorar o problema: cortar despesas e aumentar impostos. É a mesma receita proposta pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e que tem encontrado forte resistência no Congresso Nacional. Em Brasília, a confusão é com a Câmara Legislativa e com mais de 30 carreiras de servidores que exigem o cumprimento de acordos firmados até o ano passado com o ex-governador Agnelo Queiroz.
Sem salários
Como vem sendo especulado desde o início do ano pela área econômica e pelo próprio Rollemberg, há o risco de o governo não dispor de recursos para quitar as folhas salariais dos últimos meses de 2015, incluindo o 13º dos funcionários públicos. E se a arrecadação não reagir, será impossível conceder os reajustes previstos, mesmo com decisão judicial obrigando o GDF a honrar o que foi acordado.
É proibido privatizar
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Para piorar a situação, a Câmara Legislativa rejeitou o Projeto de Lei 467/2015, de autoria do governador Rodrigo Rollemberg, que previa autorizar o GDF a vender ações de empresas estatais sem, antes, aprovar um referendo. Sérgio Sampaio lamenta, mas diz que o governo se curva à vontade dos distritais e tentará outras alternativas. Esclarece, porém, que a intenção não era privatizar as estatais, mas, sim, vender ações para fazer caixa e fazer frente às despesas com fornecedores e servidores públicos.