A política de desassistência do governo Rollemberg é a prova viva de que o que está ruim pode, sim, piorar. E muito. Nos últimos meses, por exemplo, temos recebido inúmeras denúncias, tanto de médicos quanto outros servidores da Saúde, sobre o desmonte da Atenção Primária e o transtorno que as mudanças promovidas na área causaram em todo o SUS-DF. Por meio da Portaria 386/2017, a atual gestão promoveu, em uma só canetada, a completa desorganização do sistema. Agora, a não ser que os pacientes estejam à beira da morte, a ordem é não atendê-los em hospitais e, sim, encaminhá-los para UPAs e centros de saúde. Mas, sem médicos, como vai ser?
A população vai morrer. O número de mortes evitáveis vai aumentar e poderemos ter, ao fim deste ano, um recorde de óbitos nas filas do SUS-DF. Essa é a resposta. E o governador Rodrigo Rollemberg sabe disso. Mas, como outubro de 2018 se aproxima, ele precisa de um enredo político. Ainda que, para isso, a população fique completamente à mercê da falta de atendimento. Porque, se especialistas, como pediatras, ginecologistas e clínicos gerais estão sendo retirados dos centros de saúde e o déficit de médicos nas UPAs é evidente, não há outro caminho.
Mas Rollemberg não está preocupado com isso. Aliás, no que tange a população mais carente do DF, ele parece não estar nada disposto a fazer o dever de casa: a não ser por puro oportunismo. Além da completa anarquia que vem promovendo no SUS-DF, a situação das escolas públicas da região é outro exemplo disso. Na última semana, as falhas, não só na estrutura dos colégios, como na alimentação dos alunos foram tema recorrente de matérias veiculadas na imprensa. Ainda assim, o GDF nega que há falhas na área e assegura: segundo o governador, o problema do menino que desmaiou de fome em sala de aula é da família e não da escola.
Outra mentira de Rollemberg para terceirizar sua gestão. A situação crítica das escolas públicas do DF é denunciada há tempos e os investimentos na área só caíram nos últimos anos. Segundo levantamento do Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo), no início desta gestão, eram previstos R$ 537.650.122,00 para obras de infraestrutura na rede pública de ensino até o dia 21 de novembro. Contudo, o valor efetivamente gasto até agora foi de R$ 37.586.256,19. Ou seja, apenas 7% do total. Está bem claro: nem saúde, nem educação, nem segurança estão na lista de prioridades deste governo. Isso não é novidade.
O que não se sabia, até então, é que Rollemberg e sua equipe de desgoverno não são capazes nem de oferecer uma alimentação adequada aos alunos das escolas públicas: o cúmulo da falta de vontade de governar para aqueles que mais precisam.