Assim como nos dois mais recentes pleitos para governador do Distrito Federal, a partir de 1º de janeiro, haverá renovação no comando do Palácio do Buriti. Rodrigo Rollemberg (PSB), que começou a campanha em terceiro lugar na preferência dos eleitores, terminou o primeiro turno com 45% dos votos. Ele vai enfrentar, no segundo turno, Jofran Frejat (PR), que, conforme apontavam as pesquisas, acabou superando o governador Agnelo Queiroz (PT) na disputa pela segunda colocação no primeiro turno.
Com a polarização da campanha, o segundo turno promete mais ataques entre os candidatos. No vale-tudo para atrair os eleitores, haverá acirramento do embate. As declarações de Frejat após a divulgação dos resultados ontem dão o tom do que está por vir: “Tenho experiência para governar esta cidade. O DF não precisa de mais uma aventura”, afirmou, comparando Rollemberg a Agnelo. “Demoramos apenas 20 dias para derrotar Agnelo. Agora precisamos de outros 20 para derrotar o clone dele, que é o Rollemberg”, completou.
Rollemberg preferiu apenas celebrar o desempenho no primeiro turno. “Continuaremos a conversar com a população com serenidade e profundidade”, destacou. “Tenho certeza que nosso programa de governo expressa o desejo de mudança da população”, emendou. Rodrigo Rollemberg considera cada voto recebido no primeiro turno importante e promete dialogar com todos os eleitores um possível governo.No discurso após a apuração, ele disparou metáforas. “Mais gente vai se unir neste rio caudaloso, que vai se transformar num grande oceano de esperança.”
Cabo eleitoral
Encerrada por volta das 20h de ontem, a apuração deixou o socialista com uma larga vantagem em relação ao segundo colocado. Rollemberg obteve 692.855 votos (45,23% dos válidos) dos pouco mais de 1,6 milhão de eleitores que compareceram às seções eleitorais. Frejat ficou com 428.522 (27,97%), 121 mil a mais que Agnelo, com 307.500 (20,07%). Para o Senado, José Antônio Reguffe (PDT) repetiu o fenômeno de 2010, quando foi o deputado federal mais votado da história do DF. Com 826.576 votos (57,61%), ele se transforma em um dos principais cabos eleitorais de Rollemberg no segundo turno.
Alianças
Herdando o espólio de antigos políticos da capital, como os ex-governadores Joaquim Roriz e Arruda, que abriu mão da candidatura por causa das constantes derrotas na Justiça Eleitoral, Frejat agora espera continuar a subida na preferência do eleitorado candango. Ele vai apostar no mesmo tempo de televisão do adversário nas próximas duas semanas de campanha. Já Rollemberg, que também ganhará mais espaço na propaganda eleitoral gratuita em relação ao primeiro turno, garantiu não buscar mais partidos para a sua coligação.
Rollemberg foi deputado distrital, deputado federal e secretário de Turismo no governo de Cristovam Buarque. Em 2002, ficou em quarto lugar na disputa pelo Buriti. Depois, assumiu a Secretaria Nacional de Inclusão Social do Ministério de Ciência e Tecnologia no governo Lula. Em 2010, foi eleito senador pelo DF. Se eleito, Frejat também assumirá o Executivo local pela primeira vez, após ser secretário de Saúde nos governos de Roriz e deputado federal por cinco mandatos.