Rodrigo Rollemberg, candidato do PSB ao Palácio do Buriti, vai de Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência. E tudo indica que o tucano também vai apoiar o senador na disputa no Distrito Federal. Ontem, quando o Diretório Nacional do PSB votou com ampla maioria a favor da aliança com o ex-governador de Minas Gerais no segundo turno, Rollemberg e Aécio trocaram elogios públicos. Hoje, os dois devem se reunir novamente em Brasília para selar os pontos do acordo. Mas, nos bastidores, já está tudo acertado. A despeito de ter recebido declaração de voto do outro candidato em Brasília, Jofran Frejat (PR), a tendência é de que o presidenciável só suba no palanque do PSB e aliados na capital federal. Essa, aliás, teria sido a condição básica para que as negociações entre os dois grupos avançassem.
No encontro que selou o acordo entre pessebistas e tucanos ontem, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, abriu os discursos para defender que a aliança ocorreu em bases programáticas. Depois, quem saudou Aécio foi o candidato a governador do DF. “Nos últimos quatro anos, o país retrocedeu, perdeu a capacidade de diálogo. Neste segundo turno, apoiaremos o Aécio, pois é ele quem representa a mudança de que o país precisa”, argumentou. Em seguida, o político mineiro agradeceu a adesão e desejou sorte ao PSB no Distrito Federal. “Rollemberg, a sua vitória será também a nossa vitória”, ressaltou, antes de encerrar o discurso.
O Correio apurou que, a partir de agora, os dois candidatos vão negociar a participação de cada um na campanha do outro. Além de verificar na agenda a disponibilidade comum de datas para eventos públicos em Brasília — como caminhadas, carreatas e comícios —, também acertarão se vão produzir material de propaganda em conjunto. Outra questão a ser detalhada é a presença nos programas eleitorais gratuitos no rádio e na televisão, que começam a ser exibidos neste sábado.
PDT
Conforme tendência que já vinha sendo antecipada pelo Correio ao longo desta semana, dois dos principais nomes do PDT no DF confirmaram ontem apoio à candidatura de Aécio Neves (PSDB) à presidência da República. O senador Cristovam Buarque e o senador eleito José Antônio Reguffe posicionaram-se a favor do tucano, e o mesmo fez o governador eleito do Mato Grosso, Pedro Taques.
Os indicativos tinham sido claros, em entrevistas dos dois políticos pedetistas de Brasília. Só faltava mesmo a formalização. “Se eu pensasse apenas em mim, ficaria neutro, mas o país precisa de mudanças. Não dá para ficar em cima do muro. É preciso ter posição e assumi-la”, disse Reguffe. A decisão do grupo é independente e contraria o partido tanto local quanto nacionalmente, pois as duas instâncias definiram que vão apoiar Dilma Rousseff (PT).