Quem depende do transporte público para chegar ao trabalho vai enfrentar mais um dia de transtorno nesta sexta-feira (5/12). Além da empresa MCS, que paralisou as atividades nessa quinta-feira (4/12), a Alternativa também cruzou os braços por falta de pagamentos de salários. Após conversa com o DFTrans, os rodoviários das cooperativas decidiram manter a greve até segunda-feira (8/12).
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A empresa MCS, que possui cerca de 200 trabalhadores e 48 micro-ônibus, reclama que o pagamento da primeira parcela do 13° e o salário de novembro ainda não foram depositados. Com cartazes e faixas, os rodoviários estavam, até por volta das 6h40, na porta da garagem da empresa, no Recanto das Emas, uma das cidades mais afetadas pela falta do transporte circular. Às 7h, eles bloquearam a principal saída da região, causando um grande congestionamento. A Polícia Militar foi acionada para controlar a situação. A greve prejudica ainda os moradores do Riacho Fundo I e II, do Guará I e II e da Estrutural.
A paralisação da MCS começou às 5h desta quinta-feira (4/11). Segundo Nil Rodrigues da Silva, diretor do Sindicato dos Rodoviários, a cooperativa atrasou o pagamento do 13º salário, que deveria ter sido feito em 30 de novembro. “A empresa deve os funcionários e disse que não tem como pagar”, afirmou o dirigente. O diretor financeiro da MCS, Péricles Filgueiras, corrobora a afirmação e disse que falta um repasse da bilhetagem eletrônica. Para Filgueiras, só o valor da catraca não dá para saldar as dívidas e, por isso, os coletivos continuam parados. “Tem gasto com diesel, peças, limpeza, entre outras coisas. Fizemos um acordo de pagar aos poucos, mas isso não supre os funcionários. O montante que o DFTrans nos deve da bilhetagem daria para acabar com essas dívidas”, justificou.
Funcionários da Alternativa estacionaram vários carros na porta da garagem da empresa, em Brazlândia, impedindo também a saída dos veículos da São José. Os rodoviários reclamam que, além dos vencimentos em atrasado, ele também não receberam o tíquete-alimentação. A empresa, que faz as linhas circulares em Brazlândia e no Plano Piloto, tem cerca de 70 funcionários e 20 ônibus. A São José, que ficou impedida de sair da garagem, deixa aproximadamente 70 veículos e mais de 200 funcionários fora de circulação.
Impasse
O repasse das companhias está previsto para esta sexta-feira, mas, até o início da noite de ontem, o GDF ainda não tinha transferido a verba para as empresas. Segundo o secretário de Imprensa do Sindicato dos Rodoviários do DF, João Jesus de Oliveira, se o governo não repassar o dinheiro às empresas até o fim da tarde de hoje, a categoria não trabalhará neste sábado (6/12). “Estamos na expectativa de que paguem, mas, se isso não for feito, vamos amanhecer sem rodar”, avisou.
O Sindicato das Empresas Rodoviárias afirmou que o GDF teria se comprometido a fazer a transferência para o pagamento ainda hoje. Ao todo, cinco empresas aguardam resposta do governo. A reportagem tentou contato com o DFTrans na tarde de ontem, mas o presidente do órgão, Jair Tedeschi, não se pronunciou.
Transtorno
Uma das últimas greves, no mês passado, durou oito dias. O motivo: atraso no pagamento dos salários e dos tíquetes-alimentação. A paralisação dos rodoviários da Pioneira, responsável pelo atendimento da bacia 2 do transporte público do DF — que atende Itapoã, Paranoá, Jardim Botânico, Lago Sul, Candangolândia, Park Way e São Sebastião, além do Expresso DF em Santa Maria e no Gama —, afetou cerca de 200 mil brasilienses. Ainda em novembro, funcionários da Pioneira e da Marechal voltaram a cruzar os braços por falta de pagamento. Isso deixou pelo menos 500 mil usuários, em 13 regiões administrativas, sem transporte público. Juntas, as duas empresas são responsáveis por 1.104 ônibus, ou 40% da frota do Distrito Federal.