Sérgio Sampaio diz que para Brasília não entrar em colapso, será priorizado pagamento de fornecedores. Foto: Reprodução/TV Globo
O secretário-chefe da Casa Civil do Distrito Federal, Sérgio Sampaio, informou em entrevista ao G1 nesta quarta-feira (16) que o risco de o governo ter de parcelar o salário dos servidores públicos chega a 50%. Segundo ele, a possibilidade de colocar a medida em prática passou a ser uma realidade desde julho. O motivo é um déficit de quase R$ 2 bilhões no orçamento.
Apesar da dificuldade para fechar as contas, ele negou que o governo pense em aumentar impostos. “Eu posso já antecipar e garantir que não haverá novos aumentos de impostos. Nós não trabalhamos com essa hipótese.” De acordo com o secretário, o GDF vai priorizar agora o pagamento dos fornecedores – que estavam com repasses atrasados. O objetivo é evitar que a cidade entre em “colapso”.
Escolha
“Até agora a gente tem feito a escolha pelos servidores públicos e deixando os fornecedores do DF de lado. Mas isso tem limite. Não podemos deixar dois meses, três meses, quatro meses (sem pagar) porque eles (os fornecedores) param também do lado de lá, e a cidade entra em caos.”
Entre os serviços considerados essenciais citados por Sampaio estão limpeza pública, transporte público, manutenção de equipamentos de hospitais e fornecimento de medicamentos. “A gente fica fazendo essa conta para ver até onde a gente consegue esticar a corda com esses fornecedores para eles não pararem o fornecimento dos serviços.”
Como funcionaria
Se o parcelamento for colocado em prática, os servidores públicos do DF devem receber o salário em duas oportunidades. A maior parte (cerca de 80%) do vencimento cai na conta no dia normal. O restante, entraria na semana seguinte. É o tempo de o governo receber mais recursos do ICMS, diz Sampaio.
Ficariam de fora os servidores da Segurança Pública (policiais militares, civis e bombeiros). Este grupo é pago exclusivamente com recursos do Fundo Constitucional – verba repassada pela União. No entanto, uma definição sobre o parcelamento só deve sair no fim do mês.
Ele afirma que, por pouco, os servidores do GDF não receberam o salário deste mês (referente ao trabalho no mês passado) em duas parcelas. \”No mês passado, nós só tivemos a certeza de que pagaríamos o salário no dia. Um dia antes, o dinheiro que tinha na conta única do Tesouro, não era suficiente para pagar o salário. A gente chegou a rodar duas folhas. Uma com pagamento integral, 100% no quinto dia útil. E uma outra com 80% no quinto dia útil e 20% para pagar dali a uma semana se não entrassem recursos suficientes.\”
Fonte: G1