Fuzilado na madrugada de quarta-feira, 29 de abril, na prisão de Nusakambangan, na Indonésia, juntamente com mais seis estrangeiros condenados à pena de morte pelo mesmo crime, o corpo de Rodrigo Gularte, 42, após o traslado para o Brasil, foi finalmente sepultado em Curitiba, no último domingo, 3 de maio. Cercada da expectativa pela mídia que acompanhou o fato durante uma semana, a cerimônia fúnebre comoveu não só os familiares presentes, mas também a toda comunidade paranaense.
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Muito embora o pedido de clemência precedida por quatro cartas da presidente Dilma Roussef e de outras autoridades internacionais, e ratificada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o presidente indonésio Joko Widodo fez ouvidos de mercador. Mas, afinal, qual foi a gravidade cometida por Rodrigo para comparecer diante de um pelotão de fuzilamento? Para nós, acostumados com a infinita tolerância até mesmo para a prática de atos hediondos, a resposta é estarrecedora. O brasileiro foi punido com a pena de morte simplesmente por ter praticado um crime que em nosso País já se transformou em profissão marginal: o tráfico de drogas!
O pior: ele ainda curtiu 11 anos numa prisão asiática, depois de ser preso em flagrante no aeroporto de Jakarta, capital da Indonésia, em 2004, portando seis quilos de cocaína em sua prancha de surfe. De minha parte, alimentei a vã esperança de que Rodrigo Gularte fosse perdoado. Mas, sobre a decisão da Anistia Internacional de concretizar campanha, para que seja abolida a pena de morte nos países que adotam esse ato extremo, sinceramente, trata-se de utopia.
Basta dizer que nos Estados Unidos, o segundo do mundo em execuções capitais, depois da China, dos 50 estados que compõem o gigante da América do Norte, nada menos de 32 unidades federativas mantêm penas de morte por fuzilamento, câmara de gás, enforcamento, cadeira elétrica e injeção letal. Convém lembrar que na própria Constituição foi inserida uma emenda, aprovando cadeira elétrica para os crimes de sequestro de crianças, sem direito à apelação. Isto desde que o filho do herói da aviação, Charles Lindberg, foi raptado e morto, em 1932.
E aqui pra nós: quem vai mudar as leis da Nação mais poderosa deste planetóide. Em todos os sentidos?
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