O relator da Comissão Especial do Impeachment, Antonio Anastasia (PSDB-MG), apresenta nesta terça-feira (2), em reunião marcada para as 12h, o seu relatório final. Após a leitura, os senadores terão 24 horas para analisar o documento, a chamada vista. Também amanhã, os aliados da presidente afastada, Dilma Rousseff, devem entregar um texto alternativo ao de Anastasia.
Além disso, segundo informou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), os senadores aliados de Dilma vão apresentar dois requerimentos. Um deles pede o depoimento do procurador da República no Distrito Federal, Ivan Marx. Ele recomendou o arquivamento de um processo que investiga a prática de crime de responsabilidade por integrantes da equipe econômica de Dilma no atraso de pagamento da União ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na avaliação do procurador, não existiram pedaladas fiscais nesse caso.
Com base nesse parecer, os aliados de Dilma solicitarão ainda a retirada da denúncia relativa às pedaladas do Banco do Brasil relacionadas ao Plano Safra. \”É um fato que veio após essa fase de instrução e que o Senado desconhecia. Não é possível o Senado, como órgão julgador, desconhecer o parecer de um procurador que não vê crime nessa ação, que foi a ação, que, desde o início, deu base para o processo de impeachment da presidente\”, declarou Gleisi.
A senadora Simone Tebet (PMDB-MS), que é favorável ao afastamento definitivo de Dilma, acredita que os requerimentos serão rejeitados. \”Não é mais possível, ao meu ver, porque essa fase já se encerrou. Esse não é um processo penal em que se pode alegar fatos novos, que não é fato novo; é apenas a opinião de mais um procurador. Não tem nada de novo para se fazer o processo voltar para trás\”, defendeu.
Calendário – O cronograma da Comissão Especial de Impeachment prevê que, lido o relatório na terça-feira, a discussão do documento seja feita na quarta (3) e a votação na quinta-feira (4). Se o relatório de Anastasia for aprovado, o parecer da comissão especial seguirá para o Plenário do Senado, onde deverá ser votado em 9 de agosto.