Da Redação
Bastaram seis meses e a primeira votação considerada estratégica para a sobrevivência de sua gestão para que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) quebrasse uma das promessas que lhe asseguraram a vitória nas urnas do ano passado. Durante a campanha, ele afirmava que não se renderia à “velha política” e que não entraria no jogo do toma-lá-dá-cá entre o Executivo e o Parlamento.
Reportagem de Geralda Doca e Manoel Ventura, em O Globo, prova o contrário. Matéria publicada na edição desta terça-feira (9) aponta que “na véspera da votação da reforma da Previdência no plenário da Câmara, o governo abriu caminho para a liberação de verbas em busca de votos para aprovar a proposta”.
De acordo com levantamento da ONG Contas Abertas, nos primeiros cinco dias de julho foram empenhados R$ 2,551 bilhões. Nos primeiros seis meses do ano, o empenho chegou a R$ 1,77 bilhão. O valor também é o mais alto empenhado para meses de julho desde 2016. O empenho vale como uma garantia de que os recursos serão efetivamente liberados.
A reportagem diz ainda que, “segundo parlamentares da base do governo, o clima favorável à reforma melhorou desde a semana passada, quando a matéria passou na Comissão Especial. Ontem (8), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reuniu novamente com líderes dos partidos e fechou acordo para tentar concluir a votação da proposta ainda nesta semana, em dois turnos”. Assim, seria possível antecipar o início do recesso parlamentar (previsto para o dia 18).
O acordo, no entanto, tem como pressuposto a manutenção do texto aprovado na Comissão Especial, preservando a economia de quase R$ 1 trilhão em dez anos. O PSL afirmou que não pedirá alterações no texto”, conclui a reportagem.